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Ibovespa fecha em queda com tarifas no radar; dólar cai a R$ 5,66

Mercado repercute indicadores locais, como IGP-M e Pnad Contínua, além do balanço da Nvidia

Ibovespa: mercado acompanha desdobramentos de bloqueio de tarifas de Trump (Germano Lüders/Exame)

Ibovespa: mercado acompanha desdobramentos de bloqueio de tarifas de Trump (Germano Lüders/Exame)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 29 de maio de 2025 às 10h42.

Última atualização em 29 de maio de 2025 às 17h33.

Na sessão desta quinta-feira, 29, o Ibovespa fechou com queda 0,26% aos 138.534 pontos, com o mercado repercutindo o vai-e-vem das tarifas de Donald Trump com a Justiça dos Estados Unidos.

As tarifas foram consideradas ilegais e bloqueadas por Tribunal de Comércio, o que representa uma decisão importante para a agenda econômica do republicano. Para contestar, Trump teria que recorrer ao Tribunal Federal.

No entanto, o Tribunal Federal de Apelações concedeu, nesta quinta-feira, uma suspensão temporária à decisão que questionava as tarifas globais impostas pelo presidente Donald Trump, enquanto avalia a possibilidade de estender essa medida por um prazo maior.

A corte emitiu uma ordem breve ao Circuito Federal autorizando essa suspensão.

As bolsas americanas mantiveram o viés positivo após o anúncio. Às 17h10, horário de Brasília e próximo ao fechamento, o índice Nasdaq subia 0,04%%; o S&P 500 avançava 0,26% e o Dow Jones subia 0,17%.

As bolsas da Europa subiram com a notícia do bloqueio, mas fecharam em queda. O FTSE 100, de Londres, fechou em queda de 0,11%, o CAC 40, de Paris, registra alta de 0,11%, e o DAX, da Alemanha — que bateu recorde na terça — registrou queda de 0,29%.

Às 13h52, o índice Stoxx 600 recua 0,19%.

Já as bolsas da Ásia fecharam com forte alta. No Japão, os índices Nikkei 225 e Topix subiram 1,88% e 1,53%. Na Coreia do Sul, o Kospi avançou 1,89%, enquanto o índice de small caps Kosdaq subiu 1,03%. Na China, o CSI 300 terminou o dia com alta de 0,59%, e o Hang Seng, de Hong Kong, registrou alta de 1,35%.

Ibovespa hoje

  • IBOV: -0,26% aos 138.535 pontos
  • Dólar: -0,50% a R$ 5,667

Balanço de Nvidia

Outro fator que impulsiona as bolsas dos Estados Unidos, principalmente Nasdaq, e pode refletir no Brasil, é Nvidia. A empresa reportou um lucro líquido de US$ 18,8 bilhões no primeiro trimestre fiscal, alta de 26% em relação ao mesmo período do ano passado, quando havia registrado US$ 14,9 bilhões.

A receita total subiu 69% no trimestre, puxada especialmente pela divisão de data centers — que inclui chips de inteligência artificial (IA) — cujas vendas saltaram 73% na base anual, alcançando US$ 39,1 bilhões e representando 88% do faturamento da companhia.

O principal motor do crescimento foi a forte demanda por chips de IA, usados em aplicações como o ChatGPT, da OpenAI.

Com o desempenho acima do esperado, as ações da Nvidia sobrem 5,55% no pré market.

No radar

Além de Nvidia e tarifas, os investidores voltam os olhos para indicadores econômicos importantes. Nos EUA, o destaque é o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que contraiu 0,2% no primeiro trimestre de 2025 em ritmo anualizado, uma leve recuperação frente a queda de 0,3% registrada na primeira estimativa.

Entretanto, o número confirma o recuo da maior economia do mundo desde 2022, o que pode se refletir nos mercados globais.

No primeiro trimestre de 2024, houve um avanço de 2,4% - um contraste frente ao atual recuo. O motivo foi um aumento dos estoques em antecipação às políticas tarifárias de Trump.

Também serão divulgados o deflator dos Gastos com Consumo das Famílias (PCE) e o núcleo do PCE, além dos pedidos semanais de seguro-desemprego.

No Brasil, o dia é marcado pela divulgação do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de maio e da taxa de desemprego da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), após os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que indicaram a criação de 257 mil empregos em maio - acima do esperado - mostrarem um mercado de trabalho aquecido.

O IGP-M acumulou alta de 0,74% no ano e 7,02% nos últimos 12 meses. No mês de maio, a indicado caiu para -0,49% em maio, de 0,24% em abril de 2025.

À tarde, a expectativa recai sobre o resultado primário do Governo Central, com o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, comentando os números em coletiva às 15h. No Congresso, líderes discutem um projeto de decreto legislativo para derrubar medidas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), tema que pode movimentar o mercado financeiro.

Na agenda internacional, além dos dados de atividade econômica, são aguardados os estoques semanais de petróleo e as vendas pendentes de imóveis nos Estados Unidos.

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