Invest

Ibovespa fecha queda de 0,30%, de olho em mudanças no IOF; dólar cai 0,13%

Alternativas para pacote do IOF, como taxação de LCIs e LCAs, não agradaram ao mercado

Publicado em 9 de junho de 2025 às 10h49.

Última atualização em 9 de junho de 2025 às 17h35.

O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira, 9. O índice recuou 0,30%, aos 135.699 pontos, com os investidores de olho nas repercussões das medidas alternativas anunciadas pelo governo ao aumento do IOF.

Os principais índices dos Estados Unidos fecharam perto da estabilidade com a retomada das negociações das tarifas entre Estados Unidos e China. O Dow Jones ficou estável; o S&P 500 avançou 0,09%, e o Nasdaq teve alta de 0,31%.

Na mesma linha, o dólar fechou em queda de 0,13%, cotado a R$ 5,5625.

Ibovespa hoje

  • IBOV: -0,30%, a 135.699 pontos
  • Dólar: -0,13%, a R$ 5,5625

Medidas econômicas

O mercado financeiro brasileiro começou a semana focado nas medidas econômicas apresentadas no domingo, 8, à noite pela equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em reunião que durou mais de quatro horas com os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, David Alcolumbre, além de líderes da base aliada.

O principal destaque foi a revisão do decreto do IOF, que será recalibrado com uma redução “significativa” das alíquotas inicialmente propostas. Além disso, o governo deve editar uma Medida Provisória para disciplinar a arrecadação e corrigir distorções relacionadas a créditos, títulos e outros temas.

Com isso, títulos como Letra de Crédito Imobiliária (LCI), Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e debêntures incentivadas deixarão de ser isentos, passando a ter uma alíquota de 5%.

As medidas devem ser encaminhadas ao presidente Lula já na terça-feira pela manhã, com os textos finais do novo decreto do IOF e da Medida Provisória, ambos essenciais para o cumprimento da meta de déficit primário zero neste ano.

No radar hoje

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da primeira quadrissemana de junho de 2025 subiu 0,41%, acumulando alta de 4,49% em 12 meses, segundo dados divulgados pelo FGV Ibre nesta manhã. O índice acompanha variações de preços para famílias com renda entre 1 e 33 salários mínimos em sete capitais brasileiras. Cinco das oito categorias de despesa tiveram aumento, com maior impacto em Educação, Leitura e Recreação, que passou de -0,71% para -0,25%.

No cenário econômico, o Boletim Focus do Banco Central indicou nova redução nas projeções para a inflação (IPCA) em 2025, de 5,46% para 5,44%, ainda acima do teto da meta. O mercado também revisou para cima o crescimento do PIB em 2025 e 2026 e reduziu a previsão para o câmbio em 2026.

No cenário internacional, a atenção se voltou para os Estados Unidos e a China. Um final de semana de protestos em Los Angeles, com manifestantes ateando fogo em veículos em reação à política de imigração do governo Trump, reacende a tensão política.

Essa nova crise ocorre às vésperas da reunião em Londres entre representantes comerciais americanos e chineses, que buscam avançar em uma pauta difícil, envolvendo minerais raros e restrições de Washington à venda de softwares chineses, sem garantia de acordo.

Mercados internacionais

No exterior, os mercados asiáticos encerraram o dia em alta, embalados pela expectativa em torno da reunião entre autoridades dos Estados Unidos e da China, que ocorre nesta segunda-feira em Londres.

Mesmo diante de dados mistos da economia chinesa, com inflação abaixo do esperado e queda nas exportações, clima foi de alívio, impulsionado por sinais de trégua nas tensões comerciais. A autorização temporária para exportações de terras raras pela China e a retomada das entregas da Boeing ao país asiático ajudaram a sustentar o apetite por risco.

Destaque para o avanço de 1,63% do Hang Seng, em Hong Kong, puxado por ações de tecnologia, e para o Nikkei 225, no Japão, que subiu 0,92% após a revisão do PIB do primeiro trimestre, agora com contração menor que a estimada anteriormente. Também registraram ganhos os índices sul-coreanos Kospi (+1,55%) e Kosdaq (+1,06%). O mercado da Austrália permaneceu fechado devido a um feriado local.

Na Europa, as fecharam em queda, com os investidores acompanhando de perto os desdobramentos das negociações entre Washington e Pequim. O índice Stoxx 600 recuou 0,07%, DAX, de Frankfurt, caiu 0,54%, o CAC 40, de Paris, teve baixa de 0,17%, e o FTSE 100, de Londres, perdeu 0,06%. No noticiário corporativo, o destaque foi a disparada das ações da britânica Alphawave, após o anúncio de sua aquisição pela Qualcomm por US$ 2,4 bilhões.

Acompanhe tudo sobre:AçõesIbovespabolsas-de-valoresDólar

Mais de Invest

Seca de IPOs: bolsas europeias intensificam disputa enquanto perdem espaço para Wall Street

EUA x China, IPCA e agenda de Haddad com Lula: os principais destaques do mercado nesta terça-feira

Mega-Sena sorteia prêmio acumulado de R$ 61 milhões nesta terça-feira

Mercados internacionais operam com cautela à espera de detalhes sobre negociações EUA-China