Redatora
Publicado em 17 de outubro de 2025 às 05h47.
O HSBC revisou suas projeções para o preço médio do ouro, aumentando a estimativa para US$ 3.355 por onça em 2025, ante a previsão anterior de US$ 3.215. Para 2026, a nova projeção é de US$ 3.950 por onça, acima dos US$ 3.125 anteriormente estimados.
De acordo com a Reuters, o banco atribui a alta à demanda por ativos de refúgio, impulsionada por tensões geopolíticas, incerteza econômica global e o enfraquecimento do dólar americano.
Nesta quinta-feira, 16, o contrato do ouro para dezembro fechou em alta de 2,45% na Comex, cotado a US$ 4.304,60 por onça-troy, após atingir novo patamar máximo, de US$ 4.314,70.
O HSBC afirmou em relatório que as compras de bancos centrais e a procura institucional por ouro como forma de diversificação devem continuar sustentando o mercado.
Somente neste ano, o ouro já subiu mais de 60%, atingindo um recorde de US$ 4.250,89 por onça. O banco destacou que déficits fiscais crescentes nos Estados Unidos e em outras economias importantes têm impulsionado a demanda pelo metal precioso.
Além disso, tensões recentes entre China e Estados Unidos também influenciam o mercado. Pequim acusou Washington de distorcer informações sobre controles de terras raras, aumentando a percepção de risco geopolítico.
O HSBC avaliou que a demanda dos bancos centrais permanecerá elevada, embora abaixo dos picos observados em 2022 e 2023. O banco ainda alertou que movimentos do Federal Reserve, como cortes menores nas taxas de juros do que o esperado, podem moderar a valorização do ouro.
Com isso, uma redução gradual na inflação global pode diminuir a demanda por joias motivada por proteção contra a inflação.
O rali da prata vem superando o do ouro ao longo de 2025. Até meados de outubro, os preços acumulavam alta de 70% em Londres, ante 55% do ouro.
O movimento ocorre em um cenário de instabilidade geopolítica e monetária global, marcado pela guerra da Rússia na Ucrânia e por políticas econômicas pouco convencionais do governo Trump, o que tem levado investidores e bancos centrais a buscar ativos de proteção.
Segundo a Bloomberg, o rali dos metais preciosos também é sustentado por compras de bancos centrais, cortes de juros nos EUA e tensões comerciais recorrentes entre Washington e Pequim.
Diferentemente do ouro, a prata também possui ampla aplicação industrial, sendo usada em painéis solares, veículos elétricos, baterias e dispositivos médicos, além de joias e moedas.
Essa combinação de demanda financeira e industrial tem acentuado a pressão sobre os estoques globais, que estão nos níveis mais baixos em anos.