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HSBC diz que a fé no setor de petróleo e gás acabou na bolsa

Em relatório enviado a clientes, analistas do banco consideram o setor “desestimulante”, e dão preferência às empresas mais defensivas


	Plataforma de petróleo da Petrobras vista na baía de Guanabara: apesar de ter um desempenho 14% acima do Ibovespa ao longo de 2013, os analistas veem a estatal com cautela
 (REUTERS/Bruno Domingos)

Plataforma de petróleo da Petrobras vista na baía de Guanabara: apesar de ter um desempenho 14% acima do Ibovespa ao longo de 2013, os analistas veem a estatal com cautela (REUTERS/Bruno Domingos)

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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2013 às 10h13.

São Paulo - A corretora do banco HSBC iniciou a cobertura de seis empresas que atuam no setor de petróleo e gás no Brasil com uma visão pessimista. Em relatório enviado a clientes, os analistas Luiz Felipe Carvalho, Filipe Gouveia e Shakthi Kumar dizem que “a fé no setor acabou”.

De acordo com o relatório, o setor sofreu uma crise de credibilidade em função de três razões principais: a interferência excessiva do governo, as expectativas de produção excessivamente otimistas e as decepções com recursos de exploração.

No curto prazo, os analistas consideram o setor “desestimulante”, e dão preferência às empresas mais defensivas. “Mas, de modo geral, evitaríamos o setor de energia e petróleo”, diz o relatório do banco.

Preferências

As empresas preferidas dos analistas do HSBC no setor são Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP) e Ultrapar, de caráter mais defensivo. Elas são a melhor escolha enquanto não há tendências mais claras sobre o crescimento da produção da Petrobras nem correções na paridade dos preços dos combustíveis.

Queiroz Galvão

Para a Queiroz Galvão, a recomendação do HSBC é de “overweight”, ou seja, alocação acima da média de mercado. Os analistas estimam um preço justo de R$ 15,0 para os papéis. “A empresa tem o melhor balanço entre risco e recompensa do setor, com ativos de produção valiosos e potencial considerável de retorno exploratório”, diz o relatório.

Ultrapar

A Ultrapar tem classificação “overweight”, com preço justo estimado de R$ 61,0. “A Ultrapar é uma das principais recomendações do setor, a nosso ver”, diz o relatório do HSBC. Segundo os analistas, a empresa tem um negócio resistente aos impactos de crises, baixa exposição a variações cambiais bruscas e uma administração “motivada pelo valor e governança corporativa”.

Petrobras

No caso da Petrobras, apesar de a empresa ter um desempenho 14% acima do Ibovespa ao longo de 2013, os analistas do HSBC veem a estatal com cautela. “Temos uma visão mais cuidadosa sobre a tendência de crescimento da produção da empresa”, diz o relatório.


Além disso, os analistas enxergam uma menor chance de aumento do preço de combustíveis em 2013, seja pelo impacto que a ação pode ter na inflação, seja pelo clima tenso que se instalou no país com os recentes protestos pela redução da tarifa do transporte público.

Na visão dos analistas, há ainda preocupação com números conservadores relacionados aos projetos de redução de custos e programas de venda de ativos da Petrobras. A recomendação para as ações da estatal é “neutro”, o que significa alocação na média do mercado. O preço justo estimado para as ações preferenciais (PN, sem voto) da empresa é de R$ 20,0.

OGX

As ações da companhia de Eike Batista têm classificação de “underweight”, ou seja, alocação abaixo da média do mercado, com preço justo estimado de R$ 0,60. Segundo os analistas do HSBC, em junho, a empresa apresenta um desempenho 36% abaixo do mercado.

Mesmo assim, as estimativas de produção superestimadas e problemas como restrições de caixa limitam o potencial de recuperação dos papéis e sinalizam que eles podem se desvalorizar ainda mais.

HRT

Outra empresa do setor com classificação “underweight” é a HRT. O preço justo estimado pelos analistas para as ações da empresa é de R$ 1,40. “A falta de visibilidade dos ativos exploratórios da HRT na Namíbia, nenhuma monetização da produção de gás em Solimões no curto prazo, produção de água e restrições de caixa em Polvo são as preocupações com a tese de investimento da HRT”, diz o relatório.

OSX

A OSX, também do grupo de Eike Batista, tem classificação neutra, com preço justo de R$ 2,3. “Apesar do alto risco de execução, vemos valor em sua atual carteira de pedidos, no entanto, mesmo após da recente revisão de investimento, ainda acreditamos que o estaleiro representa destruição de valor para a tese”, dizem os analistas.

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