Mercados

HRT despenca na bolsa e mercado põe em xeque teoria “go deeper”

Descoberta anunciada ontem na Amazônia frustrou as expectativas dos investidores

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2011 às 05h12.

São Paulo – As ações da HRT (HRTP3) levaram um duro golpe na sessão de terça-feira. Os papéis despencaram 17%, para 750 reais, após a divulgação dos resultados da perfuração do poço exploratório HRT-2 na bacia do Solimões, na Amazônia. A empresa não encontrou óleo, mas testes laboratoriais indicaram a existência de hidrocarbonetos líquidos na área chamada de Uerê. No ano, os papéis acumulam uma desvalorização de 52,8%.

Os investidores ficaram receosos com a notícia. “A primeira interpretação do comunicado é negativa uma vez que não se verificou a presença de óleo nas amostras de calha, e sim em testes laboratoriais. As amostras de calha são fragmentos de rochas originados pelo rompimento da formação no avanço da broca durante a perfuração”, explica Luiz Otávio Broad, analista da Ágora Corretora.

No comunicado, a petroleira disse que o resultado “confirma o modelo geológico para acumulações de hidrocarbonetos idealizado pela HRT”.

Para a analista Paula Kobarsy, do Itaú BBA, os resultados eram acompanhados de perto pelo mercado porque ajudariam na confirmação da teoria “go deeper” defendida pela empresa, que consiste na ideia de que existem reservas significativas de petróleo abaixo das acumulações de gás na bacia do Solimões, mostra um relatório publicado hoje.


A HRT espera que os resultados da exploração mostrem uma composição parecida com a do poço Igarapé Chibata, uma descoberta da Petrobras a 19 quilômetros da região. Os testes realizados no ano passado pela estatal indicaram uma acumulação de petróleo leve a 3.485 metros. Os dados indicaram a capacidade de produzir 2.500 barris de óleo por dia.

Desta forma, a notícia ainda não atingiu esse objetivo, o que frustrou as expectativas do mercado. “A aparente ausência de óleo, assim como observado no poço HRT-3, pode lançar dúvidas sobre a qualidade da descoberta e, por último, sobre o potencial de óleo”, explica Paula em sua análise. Ela manteve a recomendação de desempenho em linha com a média do mercado (Market perform) com um preço justo de 1.970 reais.

No poço HRT-3, cuja descoberta de hidrocarbonetos foi divulgada em 16 de setembro deste ano, a presença de óleo também não foi verificada e as amostras foram analisadas com os testes laboratoriais que indicaram a presença de hidrocarbonetos líquidos de idade Devoniana (formado entre 416 milhões e 359 milhões de anos atrás) na área da bacia chamada de Uerê e da idade Carbonífera (entre 359 milhões e 245 milhões de anos atrás,) na área Juruá.

Outro poço, o HRT-1, também encontrou indícios de hidrocarbonetos gasosos e líquido nas áreas Juruá e Marimari.

Acompanhe tudo sobre:Análises fundamentalistasB3bolsas-de-valoresEmpresasEnergiaGás e combustíveisHRTIndústria do petróleoMercado financeiroPetróleo

Mais de Mercados

B3: estrangeiros retiram na Super Quarta metade do valor sacado no mês

Iene em alta e dólar em queda: por que a desvalorização da moeda americana deve se acelerar

Do campo à Faria Lima, dívida da Agrogalaxy passa de R$ 4,5 bilhões

"Emergentes podem voltar a ser os queridinhos do mercado", diz Luiz Fernando Araujo, da Finacap