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Hora de cortar os juros? Mercado atento a discursos de Powell

Expectativa é de cortes de 0,25 a 0,50 na taxa básica dos EUA a partir de julho, o que poderia ser um gatilho para reduções na Europa e também no Brasil

Fed: o presidente Donald Trump critica há tempos a falta de afrouxamento na política monetária (Carlo Allegri/Reuters)

Fed: o presidente Donald Trump critica há tempos a falta de afrouxamento na política monetária (Carlo Allegri/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de julho de 2019 às 06h23.

Última atualização em 9 de julho de 2019 às 06h53.

Em um dia em que a bolsa não funcionará no Brasil, por causa de feriado em São Paulo, as atenções dos investidores devem se voltar ao mercado externo, que aguarda a série de declarações que o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, fará nesta semana, a começar pela manhã desta terça-feira, além de sabatinas no Congresso na quarta e na quinta.

As aparições públicas do chefe do banco central norte-americano acontecem em meio às expectativas do mercado por um ciclo de cortes nos juros do país.

Não só diversos sinais de desaceleração da economia global têm engordado essa expectativa, como o presidente dos Estados Unidos em si: no domingo, Donald Trump afirmou a jornalistas que as bolsas de valores do país poderiam estar muito mais altas “se o Fed soubesse o que está fazendo”. Trump há tempos é um crítico ferrenho da falta de afrouxamento na política monetária comandada por Powell.

O envolvimento de Trump deixa Powell em uma situação delicada, entre baixar os juros mas, ao mesmo tempo, não deixar dúvidas sobre a autonomia do Fed em relação à vontade do presidente. Antever a nova movimentação do Fed é o esporte preferido em Wall Street. As projeções de mercado falam em cortes de 0,25 a 0,5 ponto já a partir do final de julho na taxa norte-americana. Ontem, as bolsas fecharam em queda nos EUA após a divulgação de bons números de criação de emprego no país, o que pode ser um estímulo para o Fed manter tudo como está. As falas de Powell podem dar novos sinais sobre a direção e a intensidade dos cortes.

Com o Banco Central Europeu também dando sinais de cortes de juros em breve, os impactos na economia global podem ser incisivos. Juros mais baixos nos países desenvolvidos tendem a aumentar o apetite dos investidores estrangeiros por risco e a levar mais capital para países emergentes como o Brasil. O movimento ajuda a baixar o valor do dólar e também dá mais espaço para que os juros básicos por aqui, já pressionados pela inflação e crescimento fracos da economia doméstica, ganhem ainda mais espaço para cair.

As projeções de mercado para a Selic, de acordo com o Boletim Focus do Banco Central, estão atualmente em 5,5% para o final de 2019. A taxa básica da economia brasileira é atualmente de 6,5% ao ano, o menor nível de sua história.

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