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Hong Kong deve desbancar Nova York e Nasdaq como maior destino de IPOs em 2025

Após anos de queda, mercado de Hong Kong volta ao radar com apoio de Pequim e fuga de empresas das bolsas americanas

Estela Marconi
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 4 de julho de 2025 às 07h22.

Hong Kong está perto de tomar o lugar de Nova York e da Nasdaq como principal destino global para novas ofertas de ações em 2025. O movimento é impulsionado por empresas chinesas que buscam levantar recursos fora do continente, somado ao interesse de investidores locais que voltaram a apostar no mercado da cidade.

Dados da Dealogic mostram que o volume de novos IPOs na Bolsa de Hong Kong disparou para US$ 14 bilhões no primeiro semestre deste ano - quase oito vezes mais que o US$ 1,8 bilhão registrado no mesmo período de 2024. A consultoria PwC prevê que até 100 empresas podem abrir capital na cidade em 2025, com captação acima de US$ 25,5 bilhões.

Segundo reportagem da CNBC, esse avanço ocorre após anos de fraqueza no mercado de ofertas, afetado pela pandemia e pelo crescimento lento da economia chinesa. No ano passado, houve apenas 73 estreias na Bolsa de Hong Kong, somando US$ 5,9 bilhões.

Empresas buscam alternativa a tensões com os EUA

Vários fatores explicam essa virada. Entre eles, está o incentivo do governo chinês para que companhias listadas no mercado interno também busquem uma segunda listagem em Hong Kong. Além disso, as tensões comerciais com os EUA aumentaram o temor de que empresas chinesas possam ser retiradas das bolsas americanas, levando muitas a buscar uma alternativa segura para captar recursos.

Empresas como a fabricante de baterias Contemporary Amperex Technology, que já tinha ações negociadas em Shenzhen, levantaram mais de US$ 5 bilhões em uma nova oferta em Hong Kong em maio, o maior IPO secundário do mundo neste ano, segundo levantamento da CNBC.

Além disso, também contribuíram para o salto nos negócios as entradas recordes de investidores da China continental, que estão migrando recursos para Hong Kong em busca de oportunidades, principalmente em setores como inteligência artificial, energia limpa e consumo digital.

Especialistas afirmam que Hong Kong se tornou uma opção mais 'neutra' e menos exposta às disputas geopolíticas entre China e EUA, além de oferecer acesso mais fácil a moedas estrangeiras do que o mercado interno chinês. O índice Hang Seng, principal indicador da Bolsa de Hong Kong, acumula alta de 21% neste ano, um desempenho muito superior ao do CSI 300 da China..

Empresas de consumo, tecnologia e transporte, como as redes de bubble tea Mixue Group e Guming Holding, e a plataforma de transporte Caocao Inc., estão entre as que buscam se listar em Hong Kong.

Analistas acreditam que a tendência deve continuar, consolidando Hong Kong como o maior mercado de IPOs do mundo neste ano, à frente das praças americanas.

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