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Hillary na Casa Branca vai impulsionar a Bolsa? Talvez não

Para especialistas, rali no mercado de ações deve ser descartado; moeda norte-americana deve desvalorizar um pouco mais, caso a democrata chegue ao poder

Hillary Clinton: rali na Bolsa deve ficar para depois

Hillary Clinton: rali na Bolsa deve ficar para depois

Rita Azevedo

Rita Azevedo

Publicado em 8 de novembro de 2016 às 16h00.

Última atualização em 8 de novembro de 2016 às 16h17.

São Paulo —  O temor atual dos mercados tem nome e sobrenome: Donald Trump. A incerteza que ronda o candidato republicano já faz com que muitos investidores apostem no caos, caso o republicano vença as eleições desta terça-feira (08). O desempenho da Bovespa, afirmam, será duramente afetado.

A vitória da democrata Hillary Clinton, no entanto, não deve gerar no mercado brasileiro o efeito oposto.  Isso porque, passado o susto, os investidores podem escolher realizar os ganhos do período.

“Se Hillary ganhar, o mercado volta ao seu estado normal”, diz Adeodato Volpi Netto, chefe de mercado de capitais da Eleven Financial Research. “Pode ocorrer uma euforia inicial, mas diferentemente do que muita gente espera, não deve ocorrer um novo rali no mercado de ações."

Para Netto, há muito mais chances de acontecer o mesmo  que ocorreu logo após o impeachment de Dilma Rousseff. "Apesar da posse de Temer ser aguardada, assim que ele assumiu, a bolsa caiu", diz ele.

De janeiro a outubro, o Ibovespa subiu quase 50%. Nos primeiros dias do mês, o índice perdeu 5,1%, mas voltou a registrar ganhos de 4% no pregão de ontem (07).

E o dólar?

Caso Hillary Clinton chegue à Casa Branca, o dólar deve, em um primeiro momento, manter sua trajetória de queda em relação ao real. Desde o início do ano, a moeda norte-americana depreciou quase 19%.

A desvalorização, no entanto, pode não durar muito. “A valorização do real não se sustenta no médio prazo. Pode até seguir a euforia com as eleições americanas, mas logo o câmbio deve acompanhar a realidade interna e o dólar voltará a subir”, avalia Sidnei Nehme, diretor da corretora NGO.

Para Nehme, o Brasil vive um otimismo “que não tem muito sentido” se for avaliado o cenário econômico interno. “Não temos nada que atraia dólares para cá", diz ele.

No longo prazo, o impacto das eleições norte-americanas no câmbio dependerá muito da forma como o vencedor irá conduzir  a economia do país.

 

“Espera-se a continuidade, mas, assim como Trump, não sabemos claramente quais serão as medidas econômicas de um eventual governo Hillary”, diz Newton Rosa, economista-chefe da Sulamérica Investimentos.

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