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Hering: nada de básico na bolsa

Ações da empresa subiram mais de 60% em 2010 e 300% em um ano

A receita da empresa deve saltar de 721 milhões de reais em 2009 para 1 bilhão em 2010, projeta o HSBC (.)

A receita da empresa deve saltar de 721 milhões de reais em 2009 para 1 bilhão em 2010, projeta o HSBC (.)

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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2010 às 18h37.

São Paulo - O desempenho da Hering (HGTX3) na bolsa não tem nada de básico, como as camisetas brancas que fizeram a fama da empresa de confecção e de varejo de vestuários. Só em 2010, os papéis da companhia subiram 65% e, em um ano, o salto chegou a 300%. A empresa caiu no gosto dos investidores e dos analistas, que tem tecido comentários elogiosos às estratégias.

"A Hering continua sendo nosso segundo nome preferido no grupo de vestuário. Acreditamos que a Hering pode continuar a expandir a penetração da marca e alavancar seu modelo de franquia", afirmaram os analistas do HSBC Francisco Chevez, Manisha Chaudhry e Alexandre Gartner, em relatório. O banco elevou o preço-alvo das ações de 50 reais para 58 reais. A recomendação é overweight (alocação acima da média).

A receita da empresa deve saltar de 721 milhões de reais em 2009 para 1,007 bilhão de reais em 2010, projeta o banco. O número representa um crescimento de 39%. "Daqui para frente, em 2010, projetamos sólido crescimento da receita para as quatro empresas, mas com a Hering na primeiro lugar", explicam os analistas. A Hering foi premiada, nesta semana, como a melhor companhia de 2009 pela EXAME.

Para Fábio Hering, presidente da companhia, há três razões para o otimismo. "Temos um modelo de negócios com presença em consumo, produção e venda. Fizemos também um esforço nas atividades de Relações com Investidores, com alta governança e apresentações ao mercado. Além disso, apresentamos resultados em receita e rentabilidade", disse o executivo para o Site EXAME.

Atualmente, a empresa produz aproximadamente 85% de tudo o que é vendido, o restante é terceirizado. Em relatório publicado em 29 de junho, os analistas da Itaú Securities destacaram a estratégia de  ganhos fiscais da Hering. A produção foi recentemente levada para Goiás a fim de aproveitar ganhos fiscais com um programa de fomento local. A outra fonte de benefício fiscal vem das importações realizadas em Santa Catarina.

Uma das novas apostas é o plano de desenvolvimento das lojas Hering Kids que, ao lado da PUC, mira o público infantil. "Já temos o piloto de quatro lojas Hering Kids", afirmou o executivo.  As analistas do Itaú Juliana Rozenbaum e Francine Martins fizeram as contas sobre os potencias ganhos da nova operação da varejista.

No cenário agressivo, que assume a abertura de 290 lojas em oito anos, o desempenho adicionaria cerca de 10 reais no preço de cada ação. O mais conservador, que prevê 140 lojas, aumentaria o preço-alvo de cada papel em cerca de 3 reais. Entretanto, as analistas acreditam que, caso os testes realizados com as lojas pesem mais para o cenário conservador, a direção da Hering abandonaria a ideia de lojas independentes.

"Alternativamente, ela poderia focar no reforço do mix nas lojas multimarcas porque isso não exigiria uma maior atenção da gestão e comprometimento de caixa", completam as analistas. O índice ICON que segue as ações de consumo, do qual a Hering faz parte, subiu apenas 0,7% em 2010.
 

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