Mercados

Hering: após dobrar de tamanho na bolsa, empresa ainda convence os analistas

HSBC eleva preço-alvo para ações e reitera a recomendação de alocação acima da média do mercado

Hering obteve, no último trimestre de 2010, um crescimento de 41,6% na receita bruta total comparado ao quarto trimestre de 2009 (Germano Lüders/EXAME)

Hering obteve, no último trimestre de 2010, um crescimento de 41,6% na receita bruta total comparado ao quarto trimestre de 2009 (Germano Lüders/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de março de 2011 às 15h27.

São Paulo – Com alta expressiva de 136% nos últimos 12 meses, as ações Hering (HGTX3) continuam chamando a atenção do mercado. Após avaliar os números referentes ao quarto trimestre de 2010 da varejista, o HSBC reforçou seu otimismo com os papéis e elevou o preço-alvo (dez/11) de 32 para 34 reais, um potencial de valorização de 29,8%.

A recomendação de alocação acima da média de mercado (overweight) foi mantida. Porém, os riscos intrínsecos do papel não foram esquecidos; são eles: o aumento acentuado nas taxas de juros brasileiras, problemas com a execução da expansão do nome da marca e o acirramento da concorrência.

“A Hering divulgou outro trimestre sólido, com crescimento da receita líquida de 39,3%, totalizando 331 milhões de reais”, lembra Francisco Chevez. O analista elevou as estimativas para o crescimento da receita de 33% para 35,7%, totalizando 1,37 bilhão de reais. "Apesar de esperarmos que a margem bruta continue sob pressão, projetamos um bom crescimento do Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização)”, reforçou.

No que diz respeito aos planos de crescimento acelerado da Hering para 2011, o HSBC também se mostra otimista. Vale lembrar que a empresa elevou recentemente sua previsão de abertura de lojas para 71 unidades. Antes, a o planejado era inaugurar cerca de 60 lojas até 2012.

Recentes números

A Hering obteve, no último trimestre de 2010, um crescimento de 41,6% na receita bruta total comparado ao quarto trimestre de 2009. No período, as vendas totais da rede Hering Store cresceram 41,9 %, sendo 20,6% no critério "mesmas lojas" (considera apenas as lojas com no mínimo 12 meses de operação) em comparação ao mesmo período do ano anterior. A varejista encerrou o quarto trimestre com 347 lojas Hering Store, sendo 43 próprias. Da marca PUC foram 78 lojas, sendo seis próprias.

O peso do algodão

O relatório divulgado nesta semana pela Fator Corretora sugere que o desempenho da Hering deve desacelerar no primeiro semestre de 2011. O motivo: o alto preço do algodão. Pela primeira vez, as cotações ultrapassaram os 200 centavos de dólar por libra-peso – chegando a 204,02 -- para o contrato com vencimento em março, numa alta de 3,55%. Trata-se de um cenário que pode frear a elasticidade do crescimento da Hering.

“A empresa tem demonstrado capacidade de aumentar o preço médio de venda para compensar a pressão sobre a margem bruta, junto a probabilidade de adaptação da coleção, devido às perspectivas de preço do algodão”, afirmam Renato Prado e Ronaldo Kasinsky. Porém, segundo os analistas, a utilização de tecidos de substituição e adaptação a quantidade de algodão usado em itens não podem ser descartadas.

Acompanhe tudo sobre:Análises fundamentalistasB3bolsas-de-valoresCalçadosEmpresasHeringMercado financeiroRoupasTêxteisVarejo

Mais de Mercados

Mercado intensifica aposta em alta de 50 pontos-base na próxima reunião do Copom

Ação da Agrogalaxy desaba 25% após pedido de RJ e vale menos de um real

Ibovespa fecha em queda, apesar de rali pós-Fed no exterior; Nasdaq sobe mais de 2%

Reação ao Fomc e Copom, decisão de juros na Inglaterra e arrecadação federal: o que move o mercado