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Herdeiro do Votorantim lança fundo com foco em impacto social

Os fundos de venture capital voltados para investimentos com impacto social têm potencial de captar de US$ 400 bilhões a US$ 1 trilhão dentro de uma década, diz estudo do JP Morgan

Para depois de 2012, a Vox Capital planeja lançar fundos setoriais que tenham entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões (Divulgação)

Para depois de 2012, a Vox Capital planeja lançar fundos setoriais que tenham entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2011 às 17h14.

São Paulo - A Vox Capital, grupo de investimento administrado por Antonio de Moraes Neto, busca investidores para um segundo fundo voltado para empresas que atendem às populações de baixa renda, um mercado que, segundo o JPMorgan Chase & Co., pode chegar a US$ 1 trilhão em patrimônio dentro de dez anos.

“Estamos criando o segundo fundo, que vai ter R$ 60 milhões para comprar participação em empresas que causem impacto social”, disse Moraes Neto, de 25 anos e herdeiro do Grupo Votorantim, em entrevista na Bloomberg em São Paulo em 10 de junho. “Temos já recursos do primeiro fundo, R$ 6 milhões captados junto a uma fundação de impact investment, a Potencia Investors, que vão ser incorporados ao segundo fundo.”

O primeiro fundo do neto de Antônio Ermírio de Moraes, lançado ano passado, já fez duas aquisições, negocia mais três compras neste semestre e planeja fechar outros dez acordos até o fim do próximo ano.

Moraes Neto, que estudou Administração de Empresas na Fundação Getulio Vargas e no Babson College, de Boston, criou há dois anos com dois sócios a Vox Capital, que tem perfil de uma venture capital. O fundo compra participação em empresas em fase inicial de operação e com potencial de crescimento desde que a companhia prove ser capaz de causar melhorias sociais, como geração de emprego e redução da pobreza.

Os fundos de venture capital voltados para investimentos com impacto social têm potencial de captar de US$ 400 bilhões a US$ 1 trilhão dentro de uma década, com potencial de gerar lucros de US$ 183 bilhões a US$ 667 bilhões, segundo estudo divulgado em novembro do ano passado pelo JPMorgan Chase & Co. e pela Fundação Rockefeller. Eles já podem ser classificados como uma nova modalidade de private equity, de acordo com o estudo.

Família ainda fora

A Vox Capital procura negócios que demandem aplicação média de R$ 4 milhões, com um teto chegando a R$ 10 milhões. A participação no capital da companhia comprada varia de 25 por cento a 50 por cento, com acesso à gestão.

O grupo comprou metade da empresa de pesquisa de mercado Plano CDE, voltada para consumidores das classes C, D e E. O fundo também assumiu 25 por cento da CDI Lan, empresa que tem uma rede de 5.400 lan houses, que será usada para programas de ensino e serviços financeiros, por meio de uma parceria com o Banco do Brasil SA.

“Queremos provar que é possível gerar lucro com impacto social”, disse Moraes Neto. “Não é filantropia.”

Para depois de 2012, a Vox Capital planeja lançar fundos setoriais que tenham entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões.

Os investidores são famílias ricas locais e estrangeiras, disse Moraes Neto. Por enquanto, a família que controla o Grupo Votorantim não aportou recursos na Vox Capital, segundo ele.

“Quero antes provar que esse negócio funciona, dá retorno e promove impacto social”, disse Moraes Neto.

O Grupo Votorantim tem negócios nos setores de cimento, papel e celulose, finanças e mineração. Antônio Ermírio de Moraes e sua família têm uma fortuna estimada em US$ 5,3 bilhões, a sétima maior do Brasil, de acordo com a última lista de bilionários da revista Forbes.

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