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Hedge funds ganharam bilhões de dólares em 2009

Paris - Os gestores dos fundos especulativos (hedge funds) ganharam mais de 20 bilhões de dólares em 2009, uma cifra recorde, ao apostar na recuperação dos mercados financeiros mundiais, em um contexto de recessão da economia real. Os 25 responsáveis pelos fundos especulativos mais bem pagos do mundo receberam 25,3 bilhões de dólares (18,6 bilhões […]

George Soros, do Fundo LLC, participa de reunião em comitê no Capitólio sobre a regulamentação de Hedge Funds (.)

George Soros, do Fundo LLC, participa de reunião em comitê no Capitólio sobre a regulamentação de Hedge Funds (.)

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Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2010 às 08h25.

Paris - Os gestores dos fundos especulativos (hedge funds) ganharam mais de 20 bilhões de dólares em 2009, uma cifra recorde, ao apostar na recuperação dos mercados financeiros mundiais, em um contexto de recessão da economia real.

Os 25 responsáveis pelos fundos especulativos mais bem pagos do mundo receberam 25,3 bilhões de dólares (18,6 bilhões de euros), ou seja, mais que o dobro do que tinham ganhado em 2008, segundo a lista anual da revista especializada AR Absolute Return+Alpha, revelada pelo jornal The New York Times.

A remuneração individual dos sete primeiros executivos supera o bilhão de dólares, sendo que o último da lista recebeu 350 milhões de dólares.

"É certo que o mundo ainda se debate para sair da recessão, mas para os diretores dos maiores hedge funds, o ano de 2009 foi o melhor de todos", resume a AR Absolute.

"As cifras são chocantes, mas lógicas, quando se está no mundo das finanças", comentou à AFP a especialista Sophie van Straelen, da Asterias, uma companhia de análise de hedge funds.

Segundo a especialista, os "golden boys" das finanças simplesmente aproveitaram as oportunidades de investimentos geradas pela desvalorização de muitos ativos.

Nesse cenário, os fundos especulativos compraram de forma massiva as ações maltratadas pela turbulência e as dívidas das instituições financeiras, fragilizadas pela crise das hipotecas de alto risco (subprime), que provocaram a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers em setembro de 2008.

A elite das finanças tinha apostado no fato de que os governos não deixariam que os bancos quebrassem, devido ao papel que eles têm no funcionamento da economia.

"Quando todo mundo se perguntava sobre a sobrevivência dos bancos ou falava de sua nacionalização, eles tinham que apostar. Agora, estão recolhendo os frutos", afirmou um gerente de fundo especulativo com sede em Paris que não quis se identificar.

Depois de um ano de 2008 negro, as bolsas mundiais viveram em 2009 uma retomada espetacular. O Dow Jones, principal índice da Bolsa de Nova York, subiu 19%.

O americano David Tepper, gerente da gestora Appaloosa Management, ganhou 4 bilhões de dólares, algo nunca visto. Além das ações dos bancos, a asset management comprou papéis da seguradora americana AIG, muito endividada e salva da quebra pelo Estado.

"Apostamos na recuperação do país", afirmou Tepper ao New York Times, explicando que seu método é uma mistura de senso comum com estratégia.

Os fundos especulativos, seleto clube de investimentos composto por fundos de pensão, bancos de investimento, investidores institucionais ou de grandes fortunas, ganharam em 2009 de 1,2 bilhão a 1,3 bilhão de dólares, contra dois bilhões de dólares obtidos antes da crise.
 

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