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“Há espaço para crescer em rentabilidade”, diz Banco ABC após lucro estável

Lucro líquido do banco atingiu R$ 201,9 milhões no segundo trimestre, leve alta de 0,1% na comparação anual

Banco ABC atinge ROE anualizado de 15,1% (Banco ABC/Divulgação)

Banco ABC atinge ROE anualizado de 15,1% (Banco ABC/Divulgação)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 11 de agosto de 2023 às 12h43.

Última atualização em 11 de agosto de 2023 às 13h06.

Depois de dois trimestres agitados pelo impacto da falência da Americanas, o Banco ABC apresentou nesta sexta-feira, 11, um balanço sem surpresas. O resultado ficou “limpo” das provisões contra a varejista, que vinham puxando os números para baixo nos dois últimos trimestres.

O lucro líquido do ABC somou R$ 201,9 milhões no segundo trimestre, um crescimento de 6,2% frente aos três primeiros meses do ano. Em base anual, no entanto, o lucro ficou praticamente estável, em leve alta de 0,1%. Entra aqui um ambiente de crescimento de ativos mais morno no início do ano, bem como receitas de banco de investimento abaixo da média histórica. 

Na visão do banco, é um cenário que deve mudar nos próximos meses com a redução da taxa básica de juros, a Selic, aliada a uma melhora nas perspectivas para a economia. “Nossa ambição é apresentar retornos acima do que mostramos neste balanço, à medida que o mercado fique mais dinâmico, com crescimento de crédito e normalização do ambiente para bancos de investimento”, disse Ricardo Moura, diretor de relação com investidores do ABC, em entrevista à EXAME Invest.

O Banco ABC teve um retorno sobre patrimônio líquido (ROE) de 16,6% no segundo trimestre, com um ROE anualizado de 15,1%. O indicador mostra a capacidade do banco em rentabilizar seu capital, e é um dos indicadores mais observados no setor. 

“O ROE anualizado já é estruturalmente superior ao que tínhamos antes da pandemia. É fruto da estratégia de diversificação que começa a dar resultado”, destacou Moura.

O ABC tem apostado na diversificação da base de clientes crescendo além do corporate, que foca em empresas maiores. O foco de atuação é o middle market, com empresas com faturamento médio. No trimestre, o segmento middle puxou o crescimento da base, com 151 novos clientes contra 25 entrantes no corporate.

O corporate, no entanto, ainda é o principal motor de crédito do ABC – o middle corresponde a 9% da carteira, e a expectativa é que o segmento cresça entre 1,5% e 2% ao ano.

Entre as pequenas médias, o Banco ABC tem colocado esforços no agronegócio. No início do ano o banco criou uma unidade dedicada ao agro, com ampliação de portfólio de produtos. Além da diversificação, o aumento da prateleira também faz parte da estratégia que, segundo Moura, deve mostrar mais frutos nos próximos resultados.

Banco ABC no segundo trimestre

O Banco ABC Brasil encerrou o segundo trimestre com um crescimento de 7,5% na margem com clientes em comparação anual, totalizando o valor de R$327,3 milhões. A margem com o mercado apresentou expansão nos últimos 12 meses de 21,3%.

A carteira de crédito expandida caiu 0,7% na comparação trimestral, mas subiu 8,4% em base anual, para R$ 43,326 bilhões. Segundo o banco, o destaque ficou com o avanço do segmento corporate, com uma expansão de 0,9% no trimestre e de 11,8% frente ao mesmo período do ano anterior. O corporate corresponde a 58,5% da carteira. O segmento middle, por sua vez, teve expansão de 22,2% em base anual e representa 9,1% da carteira total.

A despesa de provisão ampliada do segundo trimestre aumentou 46,2% frente à mesma janela de 2022, mas caiu 28,9% frente ao primeiro trimestre, com o fim das provisões para a Americanas.

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