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GWI fecha fundos com má gestão de risco

Fundos repetem erros de 2008 e não suportam alavancagem

A empresa estaria sofrendo com investimentos alavancados em papéis do frigorífico Marfrig  (Getty Images)

A empresa estaria sofrendo com investimentos alavancados em papéis do frigorífico Marfrig (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2011 às 12h59.

São Paulo – Os fundos da GWI sucumbiram mais uma vez à crise financeira e voltaram a mostrar um frágil controle de risco. A BNY Mellon Serviços Financeiros anunciou hoje em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que 9 fundos da gestora foram fechados para aplicações e resgates.

Segundo a BNY, o fundo Private Investimento no Exterior “apresentou perdas sucessivas na sua carteira decorrentes da recente volatilidade dos mercados globais, exposição no mercado de derivativos e concentração significativa em ativos de poucos emissores”.

Em outro documento, a empresa de serviços financeiros anunciou o fechamento de outros 8 fundos para para realização de aplicações e resgates e convocou os seus acionistas para uma assembleia geral extraordinária. A GWI não quis comentar o assunto.

O fundo Leverage da GWI, por exemplo, perdeu 75,20% do valor de sua cota no mês de agosto e 80,11% no ano, segundo os últimos dados disponíveis de 10 de agosto. A empresa estaria sofrendo com investimentos alavancados em papéis do frigorífico Marfrig (MRFG3).

O desempenho deste mês lembra o período de setembro e outubro de 2008, quando o fundo perdeu 52,68% e 89,81%, respectivamente. Na ocasião, o fundo foi fechado até dezembro do mesmo ano para “equacionar a situação de iliquidez”.

A GWI teria comprado papéis da Marfrig a termo, ou seja, com recursos emprestados de corretoras com o depósito de margem de 17% do valor investido. Desta forma, se o preço das ações cai, a empresa precisa disponibilizar mais recursos. Caso não o faça, as ações são liquidadas. Seria isso o que estaria acontecendo com a GWI, por meio da Socopa Corretora.

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