"Se você desejar, acabe com o restante da minha família. Não acredito na Justiça colombiana, mas confio na justiça revolucionária (...) e o de agora será um motivo a mais para lutar pelas mudanças estruturais no país", declarou Mordisco (EFE)
Agência de notícias
Publicado em 24 de agosto de 2025 às 08h41.
Última atualização em 24 de agosto de 2025 às 08h47.
O líder guerrilheiro mais procurado da Colômbia, Iván Mordisco, afirmou neste sábado que não vai se render, apesar da prisão de seu irmão, também rebelde, nos arredores de Bogotá.
Mordisco comanda o EMC, formado por rebeldes que se afastaram do acordo de paz assinado em 2016 entre o governo e a guerrilha das Farc. O presidente Gustavo Petro o compara ao barão da cocaína Pablo Escobar.
No governo do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), "desapareceram com uma irmã minha e não me rendi", lembrou Mordisco, que está em rota de fuga pela Amazônia, segundo autoridades, após ser ferido em uma operação.
Petro, primeiro presidente de esquerda da Colômbia, anunciou ontem a captura de Mono Luis, irmão de Mordisco e responsável por "atividades de narcotráfico, finanças ilícitas e logísticas" do EMC.
"Se você desejar, acabe com o restante da minha família. Não acredito na Justiça colombiana, mas confio na justiça revolucionária (...) e o de agora será um motivo a mais para lutar pelas mudanças estruturais no país", declarou Mordisco em comunicado divulgado em redes sociais, no qual responsabilizou Petro pelo destino de seus familiares.
Uma das frentes do EMC é apontada como responsável por um ataque com caminhão-bomba que matou 6 civis e feriu mais de 60 pessoas na última quinta-feira em Cali.
Os dissidentes aumentaram sua pressão contra a força pública desde que Mordisco abandonou as negociações de paz com o governo Petro, em 2024, após um ano de aproximação.