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Guerra no Oriente Médio, alta do petróleo, medo de inflação e o que mais move o mercado

Aversão ao risco predomina no mercado internacional, com dólar em alta e bolsas em queda; petrolíferas se valorizam

Soldados do exército israelense estão posicionados com seus tanques Merkava perto da fronteira com a Faixa de Gaza (JACK GUEZ /AFP)

Soldados do exército israelense estão posicionados com seus tanques Merkava perto da fronteira com a Faixa de Gaza (JACK GUEZ /AFP)

Publicado em 9 de outubro de 2023 às 08h34.

Última atualização em 9 de outubro de 2023 às 08h40.

Todas as atenções do mercado internacional estão voltadas para os desdobramentos do conflito entre Israel e Palestina, eclodido a partir de ataques do grupo terrorista Hamas em solo israelense no fim de semana.

Conflito no Oriente Médio

Centenas de pessoas morreram nos ataques ou foram sequestradas para a faixa de Gaza. Os ataques tiveram retaliação de Israel, que também deixou centenas de mortos do outro lado. Mais de 1.000 vítimas já foram confirmados entre israelenses e palestinos.

Petróleo em alta

A principal consequência econômica de curto prazo do conflito é a valorização do petróleo. A commodity salta mais de 3% nesta manhã, sendo negociada acima de US$ 87. As regiões da Palestina e Israel não produzem petróleo. Mas incertezas sobre a escalada do conflito mantém a cautela entre os investidores nesta segunda-feira, 9.

Parte das preocupações envolvem a suposta participação de Irã -- este um grande produtor de petróleo -- na organização dos ataques. O país, segundo fontes do Wall Street Journal, teria dado suporte aos ataques deste fim de semana em Israel.

Efeitos da guerra

"Esta é a primeira reação ao conflito e talvez os investidores estejam ainda sem muitas informações sobre a extensão da guerra na região. Se ficar confinado ao território israelense e palestino provavelmente o mercado não caia muito, mas esta hipótese me parece frágil", disse, em nota, o economista André Perfeito.

Outros temores são quanto aos potenciais efeitos da valorização do petróleo na economia global. O medo é de que a valorização da commodity gere um repique, ao menos prazo, na inflação de países desenvolvidos. Após o efeito inicial, há ainda o risco de alta do petróleo gerar efeitos negativos sobre a atividade econômica, com a população deixando de consumir outros produtos para arcar com os preços mais altos de energia e combustível.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa, ressalta que no Brasil há ainda uma preocupação adicional: o papel da Petrobras no meio disso tudo. "O grau de incerteza associado ao repasse da alta dos combustíveis é gigantesco, principalmente em função do grau de discricionariedade na política de preços da Petrobras."

Um possível represamento da alta do petróleo, afirmou o economista, poderia minimizar seus efeitos na inflação brasileira. Mas não no exterior. "A inflação global e suas expectativas devem sentir os efeitos do conflito, e consequente os juros globais serão mais austeros, impondo ao Brasil condição similar."

Direção dos mercados: dólar em alta, bolsas em queda

No mercado internacional, o modo aversão ao risco prepondera. O dólar sobe e os rendimentos dos títulos americanos caem, com o aumento da demanda pelo ativo, considerado o mais seguro do mundo. O ouro, defensivo em períodos de incerteza, se valoriza. Nas bolsas, o clima também é negativo. Ações do setor de petróleo, no entanto, são negociadas em firme alta. No pré-mercado americano, as ADRs da Petrobras sobem mais de 2%.

Que horas fecha a bolsa de valores?

O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 17h25 e 17h30. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.

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