Dona da Centauro: crescimento no trimestre com mudança na estratégia de lojas e de mix de produtos (Germano Lüders/Exame)
Karina Souza
Publicado em 1 de agosto de 2022 às 19h19.
Última atualização em 1 de agosto de 2022 às 19h27.
O Grupo SBF teve lucro líquido de R$ 31,6 milhões no segundo trimestre deste ano, aumento de 31,5% em relação ao mesmo período do ano passado. O crescimento reflete principalmente o ganho de receita no período: a primeira linha do balanço ficou 33% maior e chegou a R$ 1,8 bilhão.
No detalhe dos ganhos no período, a receita líquida da Centauro chegou a R$ 789 milhões, aumento de 25% em relação ao mesmo período do ano anterior. As lojas tiveram crescimento de 32% na comparação anual (R$ 583 milhões), o que reflete a reforma de 14 lojas para o novo modelo da companhia (o G5) e a inauguração de outras 17 lojas nos últimos 12 meses — em meio a um ambiente de retomada das atividades presenciais.
Em relação à Fisia, a receita líquida foi de R$ 783,6 milhões, crescimento de 36% na comparação anual. Apesar de a maior parte da receita vir do atacado (R$ 409 milhões), merece atenção o crescimento da plataforma digital, que mais do que dobrou de tamanho na comparação anual, totalizando R$ 246 milhões.
O Ebitda da companhia encolheu 9,3% no período na comparação anual, para R$ 153,5 milhões. A margem Ebitda teve queda de 4,6 pontos percentuais e fechou o período em 10,5%. A queda na rentabilidade está relacionada ao crescimento das vendas digitais no período.
As despesas operacionais cresceram 40,9% no período, principalmente refletindo a migração das vendas da Fisia para o canal Direct-to-Consumer (DTC) que tem despesas maiores do que o canal de atacado. Outros pontos relevantes foram a inflação e uma base de comparação com um ambiente de lojas fechadas em 2021.
O lucro bruto do grupo ficou 30% maior, totalizando R$ 670 milhões. A margem bruta reduziu 0,4 ponto percentual de um ano para o outro, fechando em 45,8%.
Olhando para cada negócio separadamente, a margem da Centauro ficou em 50,4%, em linha com a do segundo trimestre do ano passado. A de Fisia atingiu 36,4%, também em linha com a do segundo trimestre de 2021. “A migração que temos feito para o canal DTC, principalmente o canal digital que passou de 21,1% para 32,8% das vendas, teve um efeito positivo na margem da Fisia. Esse efeito compensou a pressão do câmbio nos custos dos produtos importados e o impacto positivo que tivemos no 2T21 do estoque de aquisição precificado a preços menores do que temos como distribuidor”, afirma a companhia, no relatório.
O serviço da dívida ficou 19,5% maior de um ano para o outro, fechando o trimestre em R$ 53,3 milhões. O aumento está relacionado principalmente à variação da taxa Selic de um ano para o outro.