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Greve na Starbucks: baristas param em mais de 40 cidades dos EUA

Paralisação reúne mais de mil trabalhadores e amplia a pressão por um acordo coletivo em meio à principal data promocional da rede nos EUA.

Starbucks: mobilização ocorre enquanto a rede tenta recuperar desempenho nas lojas dos EUA (Christopher Furlong/Getty Images)

Starbucks: mobilização ocorre enquanto a rede tenta recuperar desempenho nas lojas dos EUA (Christopher Furlong/Getty Images)

Publicado em 13 de novembro de 2025 às 08h52.

Trabalhadores da rede de cafeterias Starbucks iniciaram, nesta quinta-feira, 13, uma greve por tempo indeterminado em um dos dias mais movimentados da empresa nos Estados Unidos.

A paralisação ocorre durante o “Red Cup Day”, tradicional data promocional da rede. Esse é o dia em que os clientes ganham um copo vermelho reutilizável ao comprar bebidas temáticas da temporada de final de ano, o que impulsiona as vendas.

Segundo informações da CNBC, o movimento envolve mais de 1.000 baristas em mais de 65 lojas, com ações coordenadas em ao menos 40 cidades. A greve foi aprovada após o fracasso das negociações entre a Starbucks e o sindicato Workers United sobre um acordo coletivo.

Os trabalhadores dizem quem estão prontos para ampliar a paralisação e ameaçam transformá-la na “maior e mais longa greve da história da empresa se a Starbucks não assinar um acordo justo”.


O sindicato pede que consumidores evitem comprar na rede enquanto durar a paralisação, em campanha batizada de “no contract, no coffee” (sem contrato, sem café; em tradução livre).

De acordo com informações do jornal The Guardian, há mobilizações previstas ao longo do dia em cidades como Nova York, Filadélfia e Chicago.

Demandas do sindicato

Na semana passada, a Starbucks Workers United informou que os trabalhadores votaram para autorizar uma greve por tempo indeterminado, com 92% dos votos a favor.

Segundo o sindicato, a decisão ocorreu após meses de cobrança para que a empresa apresentasse novas propostas sobre quadro de funcionários, remuneração e a resolução de centenas de acusações de práticas trabalhistas desleais.

"Brian Niccol, que dirige a Starbucks desde o ano passado, recebeu US$ 96 milhões por apenas 120 dias de trabalho em 2024. Finalizar nossos contratos e resolver as acusações de práticas trabalhistas desleais custaria à empresa menos do que um dia de vendas... mesmo assim, a Starbucks e Niccol continuam a lutar contra seus trabalhadores", afirma o sindicato em nota publicada no Instagram.

O sindicato afirma representar mais de 12.000 trabalhadores em mais de 550 lojas; a empresa, porém, disse à CNBC que o grupo representa 9.500 funcionários em 550 unidades.

A ação ocorre em um momento delicado para a Starbucks nos EUA, após anos de vendas fracas. Segundo o The Guardian, o grupo anunciou, em setembro, o fechamento de mais de 100 cafeterias na América do Norte e a demissão de cerca de 900 funcionários administrativos.

Posição da Starbucks

A porta-voz da Starbucks, Jaci Anderson, disse à CNBC que a Starbucks oferece o melhor emprego no varejo, incluindo uma média de mais de US$ 30 por hora em salário e benefícios para os funcionários horistas.

"O sindicato Workers United, que representa apenas 4% dos nossos funcionários, optou por não participar das negociações. Pedimos que eles retornassem — muitas vezes. Se eles estiverem dispostos a voltar, estamos prontos para conversar. Acreditamos que podemos chegar rapidamente a um acordo razoável", disse a porta-voz.

A empresa afirmou que estará pronta para atender clientes em suas quase 18 mil lojas durante a temporada de fim de ano.

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