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Greve de funcionários da Boeing completa um mês e já pressiona novo CEO

As ações da empresa já caíram quase 43% neste ano

Sindicato e empresa ainda não conseguiram avançar na discussão das propostas (Jason Redmond/AFP)

Sindicato e empresa ainda não conseguiram avançar na discussão das propostas (Jason Redmond/AFP)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 15 de outubro de 2024 às 07h26.

Já faz pouco mais de um mês que mais de 30 mil funcionários da Boeing não estão trabalhando depois que não houve acordo sobre novas condições de trabalho.

Segundo informações da CNBC, a greve está aumentando a pressão sobre o novo CEO da Boeing, Kelly Ortberg, que foi contratado no final de julho para resolver os vários problemas da fabricante de aviões. A greve, que a S&P Global Ratings estima que custa à Boeing mais de US$ 1 bilhão por mês, só acrescenta mais um capítulo ruim num ano já difícil - que começou em janeiro com uma explosão de uma porta do 737 Max em pleno voo.

O sindicato e a empresa permanecem em um impasse, e a produção de aviões nas fábricas da área de Seattle e outros locais foi paralisada, privando a Boeing de dinheiro. Desde o início da greve, em 13 de setembro, quando 95% do sindicato votou contra a proposta de acordo, a situação só pirou.

A Boeing disse na última quinta-feira, 10, que entrou com uma acusação de prática trabalhista injusta no National Labor Relations Board - e acusou o sindicato International Association of Machinists and Aerospace Workers de negociar de má-fé e deturpar as propostas da empresa.

Na sexta-feira, 11, à noite, Jon Holden, presidente do sindicato dos trabalhadores em greve, IAM District 751, pressionou pelo retorno das negociações.

O que está em jogo

Segundo a CNBC, os trabalhadores sindicalizados da Boeing não estão recebendo salários e perderam seu seguro saúde apoiado pela empresa no final de setembro. No entanto, diferentemente da última greve da fábrica da Boeing em 2008, há mais oferta de emprego área de Seattle para ajudar os trabalhadores a complementarem a renda nesse momento. Um quadro de mensagens do sindicato publica oportunidades de emprego como motorista para serviços de entrega de alimentos e trabalho em depósito.

Após o fechamento do mercado de ações na sexta-feira, Ortberg disse que a empresa planeja cortar sua força de trabalho global em cerca de 10% "nos próximos meses", incluindo demissões de executivos, gerentes e funcionários. Isso dá mais de 17 mil postos de trabalho.

Ele também disse à equipe que a Boeing deixará de produzir cargueiros comerciais 767 e que a entrega de seu 777X será adiada por mais um ano, para 2026.

Esses cortes surpresa vieram junto com resultados financeiros preliminares que mostraram perdas cada vez maiores: a Boeing disse que espera perder quase US$ 10 por ação no terceiro trimestre e que incorrerá em encargos de cerca de US$ 5 bilhões em suas unidades comerciais e de defesa. O fabricante não tem lucro anual desde 2018. Ortberg terá o primeiro contato com investidores como CEO para falar dos números em 23 de outubro.

Ele agora tem a tarefa de conseguir dinheiro e estancar a crise à medida que as perdas da empresa aumentam. As ações da Boeing caíram quase 43% este ano até o fechamento de segunda-feira, a queda mais acentuada desde 2008.

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