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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
São Paulo - A pontuação máxima do Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) foi alcançada em maio de 2008, três semanas depois de a agência de classificação de risco Standard & Poors (S&P) conceder ao Brasil o selo de qualidade chamado grau de investimento. Hoje, quase dois anos mais tarde, o Ibovespa volta a namorar um número histórico. Sexta-feira, o principal termômetro da bolsa brasileira fechou nos 71.417 pontos, 2,86% abaixo do recorde (73.516).
Em condições normais, esse desempenho seria considerado frustrante, pois um país que recebe tal promoção costuma assistir a uma forte valorização de seus ativos - as ações entre eles. Nos últimos dois anos, porém, o mundo não viveu condições normais. Ao contrário: a crise originada com o estouro da bolha imobiliária americana é a pior desde a Grande Depressão.
Por isso, o desempenho "fraco" da Bovespa é relativizado por profissionais do mercado financeiro. Para eles, o grau de investimento foi vital, entre outras coisas, para que a bolsa brasileira se recuperasse tão rapidamente após o forte declínio que se seguiu à piora da crise global. Para se ter uma ideia, o Ibovespa chegou a cair para menos de 30 mil pontos em outubro de 2008.
"O grau de investimento trouxe mudanças substanciais para o Brasil", afirma o copresidente do banco Credit Suisse no País, Marcelo Kayath. "Em várias operações recentes que fizemos, tanto de renda fixa quanto de ações, percebemos a participação de investidores que antes não compravam ativos do País."
O chefe de análise da SLW Corretora, Pedro Galdi, emenda: "O principal ponto do investment grade (nome em inglês) foi mesmo abrir a possibilidade de grandes fundos virem para cá." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.