Bitcoin: bolha ou ativo legítimo? Investidores divergem sobre a criptomoeda (Getty Images/Getty Images)
Karla Mamona
Publicado em 4 de novembro de 2017 às 08h02.
Última atualização em 4 de novembro de 2017 às 08h02.
(Bloomberg) -- A bitcoin é um ativo legítimo ou uma superbolha prestes a estourar? Com a disparada dos preços da criptomoeda, investidores e cada vez mais especialistas escolhem seus lados.
Independentemente de você apoiar ou criticar a moeda, não há dúvidas sobre o crescimento vertiginoso da bitcoin neste ano. A moeda digital mais amplamente usada ultrapassou a marca de US$ 7.000 na quinta-feira e acumula alta de mais de 650% em 2017. Conseguiu ultrapassar a marca de US$ 100 bilhões em valor total apesar da repressão dos governos e do ceticismo do mercado tradicional.
As retóricas pró e contra a bitcoin esquentaram nessa semana em meio à forte escalada da moeda. A seguir, oferecemos uma ideia sobre a postura dos grandes nomes do mundo financeiro a respeito -- desde aqueles que veem a bitcoin como a evolução natural do dinheiro até os do contra, que preveem o colapso da moeda.
Apoiadores do bitcoin
- Os evangelistas da moeda digital são liderados por Roger Ver, conhecido no setor como “Jesus do Bitcoin”. Ver continua otimista em relação à sustentabilidade da bitcoin em meio a tentativas de governos como o da China de limitar alguns dos elementos mais especulativos das transações. “A única forma de parar (a bitcoin) é desligando toda a internet no mundo inteiro e mantendo-a desativada”, disse ele, em setembro, em entrevista à Bloomberg News.
- Alguns países estão surfando a onda da bitcoin. O mercado de futuros mais importante da Argentina, por exemplo, está estudando oferecer serviços aos investidores em moedas digitais. Já o presidente do Banco Central da Turquia, Murat Cetinkaya, disse que, se bem projetadas, as moedas digitais podem contribuir para a estabilidade financeira.
Críticos do bitcoin
- A especulação em torno da bitcoin é a “própria definição de bolha”, disse o CEO do Credit Suisse, Tidjane Thiam, a jornalistas em Zurique na quinta-feira. “O único motivo, hoje, para comprar ou vender bitcoin é ganhar dinheiro”, um tipo de especulação que “raramente leva a um final feliz”, disse Thiam.
- O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, continua sendo um dos mais barulhentos opositores da bitcoin em Wall Street. Ele afirmou em outubro que as pessoas que compram a moeda são “bobas” e que os governos acabarão esmagando-a.
Em cima do muro
- Embora a decisão da CME de oferecer futuros de bitcoin até o fim do ano pareça avalizar a viabilidade da moeda, o CEO Terry Duffy mostrou dúvida quando questionado se temia uma possível bolha. “Vi várias bolhas diferentes nos últimos 37 anos”, disse ele à Bloomberg TV. “Não cabe a mim antecipar se é uma bolha ou não -- estou aqui para ajudar as pessoas a gerenciarem riscos.”
- O CEO do Goldman Sachs, Lloyd Blankfein, não sabe bem o que fazer em relação ao bitcoin e por enquanto não se mostra propenso a rejeitar a moeda. “O que sei é que houve um tempo em que uma moeda valia US$ 5 se houvesse o equivalente a US$ 5 em ouro nela”, disse Blankfein em outra entrevista à Bloomberg TV. “Agora, temos um papel que é apoiado por decreto (...) talvez no novo mundo algo possa ser apoiado por consenso.”