Colheita de milho no Rio Grande do Sul: estimativa da consultoria para exportação de milho no atual ano-safra é de cerca de 19 milhões de toneladas (Delfim Martins/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 28 de maio de 2013 às 12h49.
São Paulo - O grande excedente de milho neste ano após a colheita de uma safra recorde no Brasil deve derrubar os preços da commodity no mercado interno, disse nesta terça-feira o sócio-diretor da consultoria Agroconsult, André Pessôa.
"Só no Mato Grosso, o excedente pode chegar a 7 milhões de toneladas, de milho que não está coberto nem pela comercialização antecipada e nem pelos instrumentos anunciados pelo governo", disse ele a jornalistas, no intervalo do seminário "Perspectivas para o Agribusiness em 2013 e 2014", promovido pela BM&FBovespa e pelo Ministério da Agricultura, em São Paulo.
Segundo o analista, o excedente de milho vai pressionar muito as cotações da commodity, cujos preços podem cair para cerca de 13 reais por saca de 60 kg nas áreas mais ao sul de Mato Grosso e entre 8,5 e 9 reais na parte mais ao norte do Estado.
"Em Rondonópolis, sul do Estado, isso deve pagar o custo, mas no Médio-norte será mais difícil." Pessôa observou que o desempenho da commodity também dependerá muito dos custos com frete, que não devem ceder muito, em sua avaliação, em função das exportações de milho, que crescem no segundo semestre.
Ele ainda ressaltou que, embora se tenha uma diminuição gradativa das exportações de soja à medida que a safra é escoada, o frete será sustentado pelo efeito da safrinha de milho, que deve ser exportada a partir de julho.
O analista preferiu não divulgar uma estimativa de produção de milho de segunda safra. Disse apenas que fez pequena revisão para baixo em sua projeção, mas que o número total (primeira e segunda safra) ainda está acima da estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de 78 milhões de toneladas.
A estimativa da consultoria para exportação de milho no atual ano-safra é de cerca de 19 milhões de toneladas.