Invest

GPA acelera ritmo de expansão e afasta possibilidade de venda

Com o objetivo de abrir 70 unidades no ano, 40 inaugurações devem acontecer no quarto trimestre

GPA: no novo momento do grupo, Pão de Açúcar volta a ser centro de investimentos e ter oferta de serviço premium (Nacho Doce/Reuters)

GPA: no novo momento do grupo, Pão de Açúcar volta a ser centro de investimentos e ter oferta de serviço premium (Nacho Doce/Reuters)

Com balões e bandeiras, o GPA (PCAR3), varejista dono das bandeiras supermercadistas Pão de Açúcar e Extra, inaugurou sua 11ª loja em novembro, na zona sul de São Paulo. O ritmo acelerou. Com o objetivo de abrir 70 unidades, 40 inaugurações devem acontecer só no quarto trimestre. Pode parecer muito, mas faltam apenas 20 inaugurações, observa Marcelo Pimentel, CEO que assumiu a varejista em março deste ano a fim de consolidar o que seria o novo GPA.

O forte investimento em expansão física, altamente concentrado na bandeira Pão de Açúcar, não vai diminuir, garante o executivo. "Sem o impacto das reformas de conversão de hipermercados Extra em unidades do Pão, o investimento vai ser semelhante ou marginalmente melhor esse ano", diz. "Existem algumas coisas que não podem esperar. A expansão física no primeiro semestre é o tipo de investimento que não vamos parar", acrescenta contextualizando o desafio de continuar aplicando recursos em meio a um ambiente macroeconômico ainda desafiador. Para 2023, mais de 50% dos pontos de novas lojas já estão mapeados.

É com base nesses investimentos, que vêm na esteira de um novo modelo de loja e de intensificação da digitalização da operação, que Pimentel acredita que o GPA deve começar a recuperar valor. Hoje, segundo ele, o ativo está muito desvalorizado. A ação está negociada a R$ 19,99 no fim da manhã desta quarta-feira, 30, num valor de mercado de R$ 5,39 bilhões.

Por isso, diferentemente do Assaí, no qual o grupo francês Casino vendeu uma fatia de 12,7% de sua participação por R$ 2,67 bilhões, o executivo afasta um desinvestimento do controlador nesse momento. "Não tenho conhecimento [de venda pelo Casino]. O momento não é de mexer em GPA, o ativo está muito desvalorizado. É momento de fazer investimento para trazer valor", argumenta.

Pão de Açúcar, a joia da coroa

Todas as apostas estão em torno da bandeira Pão de Açúcar, com objetivo de recuperar o perfil "premium" que a bandeira tinha. "Objetivo é de que o GPA volte a ser a joia da coroa", diz. Para isso, o grupo está retomando alguns "luxos" que já não se via mais na operação: na área de vinhos, por exemplo, os especialistas voltaram para recomendar rótulos aos clientes; nos caixas, são os empacotadores que voltam.

As lojas também ganharam maior área de serviços, como café, pizza, massas e sushis, e de alimentos frescos e perecíveis, que ultrapassam os 50%. Nesse contexto, explica Pimentel, foi preciso "consertar fundamentos". Um deles foi a revisão de sortimentos, o que ajudou, conta ele, a reduzir o custo de capital com estoques e o índice de perda de produtos. Outro fator que o grupo tem perseguido é a redução da ruptura, o que é ainda mais desafiador nesse modelo de maior participaçao de perecíveis e renovação de estoque com maior frequência.

As mudanças começaram em 30 lojas do Pão de Açúcar, agora vão ser ampliadas para 50 lojas - tudo parte de um processo de "turnaround" cuja a conclusão é esperada só para 2024 e que deve colocar o Pão de Açúcar cada vez mais representativo dentro do universo do GPA. A meta, num primeiro momento, é ser mais de 50% de venda e rentabilidade (margem Ebitda) de todo o grupo, conta Pimentel.

Acompanhe tudo sobre:GPA (Grupo Pão de Açúcar)

Mais de Invest

Tecnisa faz acordo com Cyrela para venda de sete terrenos em SP por RS 450 milhões

Carro autônomo da Tesla se 'autoentrega' da fábrica até a casa do cliente pela primeira vez

Veja o que mais dá dinheiro para os times brasileiros no Mundial — e não é venda de jogadores

Marfrig investe R$ 548 milhões em novo complexo industrial e triplica capacidade de abate