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Governo descarta capitalizar Petrobras no momento, diz fonte

Apesar de reconhecer que governo teme contágio da Petrobras sobre nota de crédito soberana, fonte disse que equipe econômica tem confiança em rating do país


	Petrobras: A estatal teve seu rating rebaixado em dois degraus pela Moody's na noite de terça-feira
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Petrobras: A estatal teve seu rating rebaixado em dois degraus pela Moody's na noite de terça-feira (.)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2015 às 14h20.

Brasília - O governo federal descarta realizar uma capitalização da Petrobras neste momento, após a agência de classificação de risco Moody's ter rebaixado o rating da estatal para grau especulativo, disseram à Reuters nesta quarta-feira duas fontes do governo a par do assunto.

"Não temos nenhuma perspectiva de capitalização da Petrobras... Não vai haver aporte do Tesouro (Nacional) na Petrobras", afirmou uma das fontes.

Essa mesma fonte reconheceu que o governo teme o contágio da Petrobras sobre a nota de crédito soberana, mas disse que a equipe econômica tem confiança de que o rating do Brasil não será rebaixado.

Ainda segundo essa fonte, que falou sob condição de anonimato, o governo deverá anunciar novas medidas fiscais nos próximos dias, com expectativa de que elas sejam recebidas pelas agências de risco como mais um sinal de compromisso da equipe econômica do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff com a melhora das contas públicas.

"O governo ainda não mostrou todas as medidas que têm discutido. E as agências (de risco) provavelmente vão gostar do que vai ser mostrado em breve", disse a fonte.

A Petrobras teve seu rating rebaixado em dois degraus pela Moody's na noite de terça-feira, de "Baa3", que é a última nota da escala da agência considerada grau de investimento, para "Ba2".

A Moody's manteve a classificação da estatal em revisão para novo rebaixamento e citou investigações sobre corrupção e pressões de liquidez, que podem resultar em atraso da divulgação das demonstrações financeiras auditadas pela petroleira.

A estatal está no centro de um escândalo bilionário de corrupção por sobrepreço de contratos, revelado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, envolvendo ex-funcionários, executivos de empreiteiras e políticos.

O rebaixamento do rating da Petrobras pela Moody's fez alguns analistas começarem a temer a proximidade de um aumento de capital na companhia.

Para o BTG Pactual, a falta de ação da diretoria da Petrobras para evitar o rebaixamento pela Moody's deve aumentar o sentimento negativo e aumentar a percepção de que a agência Fitch possa fazer o mesmo em breve.

Em relatório, os analistas do BTG escreveram que a perda do grau de investimento por mais uma agência prejudicaria a capacidade de a Petrobras refinanciar grandes montantes de dívidas, levando à necessidade de uma grande capitalização.

Na mesma linha, o time de crédito do Itaú disse que existe risco de um rebaixamento da Petrobras pela agência Fitch nos próximos meses. Isso motivaria uma maciça venda de bônus e ações da companhia, tornando "a realização de uma oferta de ações inevitável", de acordo com o Itaú.

Ações em queda

O rebaixamento do rating da Petrobras pela Moody's derrubava as ações da empresa na bolsa nesta sessão. Pouco depois das 14h, as preferenciais caíam 6,59 por cento e as ordinárias tinham perda de 6,16 por cento, enquanto o Ibovespa exibia desvalorização de 0,82 por cento.

Para a presidente Dilma, o rebaixamento do rating da Petrobras representa "falta de conhecimento".

"Acho que é uma falta de conhecimento direito do que está acontecendo na Petrobras", disse Dilma a jornalistas em Feira de Santana (BA), onde participou de evento. "Agora, não tenho dúvida que a Petrobras vai ser uma empresa com grande capacidade de se recuperar disso, sem grandes consequências", acrescentou a presidente.

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