Recomendação é de compra, mas preço-alvo foi reduzido de R$ 52 para R$ 51 em 12 meses (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 14 de setembro de 2011 às 15h33.
São Paulo – A Lopes (LPSB3), maior empresa de intermediação e consultoria de lançamentos imobiliários do Brasil, está bem posicionada para capturar o potencial de crescimento das vendas de novas casas no mercado de habitação local, além do grande e inexplorado mercado secundário (de imóveis usados ou prontos), avalia a equipe de pesquisa do banco americano Goldman Sachs.
Em relatório, os analistas Leonardo Zambolin e Bianca Cassarino recomendaram a compra das ações ordinárias da companhia, justificando que o modelo de negócios é atraente porque a empresa conta com diferentes companhias para construir as residências, o que diminui a exposição da Lopes a diversos riscos, tanto no mercado de imóveis novos como de usados.
As condições macroeconômicas colaboram para este cenário: o Brasil conta com menores taxas de desemprego e os salários tendem a aumentar. Não apenas isto, o déficit em quantidade e qualidade de residências no País também garante espaço para o crescimento do setor.
Diante deste cenário, o Goldman Sachs recomendou a compra das ações da Lopes. Os analistas estabeleceram o preço-alvo de 51 reais para os papéis da empresa em 12 meses. O novo valor, que incorpora novas premissas macroeconômicas e os resultados apresentados pela Lopes no segundo trimestre, é menor que a estimativa anterior (52 reais).
A redução está atribuída ao custo maior do ativo (devido ao aumento da aversão ao risco) e menor alavancagem operacional por conta das aquisições de corretoras feitas pela Lopes no curto prazo. Apesar disso, o novo preço-alvo representa um potencial de alta de 47,82% frente à cotação de 34,50 reais vista no fechamento do pregão de ontem, o que torna as ações da companhia “atrativas”, avalia o Goldman Sachs.
Estimativas
Após um “sólido resultado” apresentado no primeiro semestre de 2011, os analistas do banco de investimentos projetam que a companhia apresentará um desempenho melhor que o esperado na segunda metade do ano.
“Isso deverá combinar com o forte crescimento do lucro líquido, melhores margens e maior atividade de financiamento imobiliário (em decorrência dos lançamentos de imóveis e potenciais aquisições no mercado secundário)”, explicam.
Zambolin e Bianca ampliaram a projeção de receita líquida da Lopes em 2011, 2012 e 2013, para um total de 467 milhões de reais (9% superior à perspectiva anterior), 514 milhões de reais (+ 1%), e 651 milhões de reais (+17%), respectivamente.
Aquisições
O Goldman Sachs também comentou a quantidade de aquisições de corretoras realizadas pela Lopes, que ocorreram “a um passo maior que o esperado pelos analistas”. A companhia anunciou 145 milhões de reais em compras, e possui ainda 240 milhões de reais à disposição em caixa.
“Acreditamos que o balanço da Lopes deve dar suporte pra que a companhia possa realizar mais aquisições do que inicialmente tínhamos planejado, o que elevará as chances de aumento de nossas estimativas”, afirmaram Zambolin e Bianca, que projetam mais 50 milhões de reais em novas compra.
Em relação aos resultados destas aquisições, eles não esperam que as recentes compras se traduzam 100% no balanço da companhia no curto prazo. Os analistas acreditam que o processo de consolidação e sinergias levará um tempo, com reflexo maior no longo prazo.