Os mercados emergentes devem se beneficiar do cenário macroeconômico, avalia o Goldman Sachs em extenso relatório divulgado nesta sexta-feira, 19. As razões do otimismo, segundo o banco, passam pela expectativa de crescimento mais forte nesses países e de taxas de juros e inflação mais baixas.
"O crescimento é majoritariamente forte, a inflação nos mercados emergentes está caindo e as taxas de juros estão, em sua maioria, numa trajetória descendente. Além disso, com os dados mais fracos da inflação e atividade nos Estados Unidos aumentando a probabilidade de uma queda de juros no curto prazo por parte do Fed, o ambiente macro externo para os ativos dos mercados emergentes também está melhorando", diz o relatório.
Apesar da avaliação positiva para os mercados emergentes, o Brasil foi deixado de fora das principais recomendações de investimentos em emergentes. A preferência foi pelas bolsas da Índia, Coreia do Sul, Indonésia e África do Sul. O crescimento esperado está entre os motivos da recomendação, enquanto para o Brasil o PIB projetado pelo banco foi revisado de 2,5% para 2,1%. Entre os seis países da América do Sul analisados pelo banco, o Brasil só deve crescer mais que o México (2%) e a Argentina (-3,6%).
O banco também vê ventos contrários ao Brasil no lado da política monetária. Segundo o Goldman Sachs, o Comitê de Política Monetária (Copom) deverá manter a taxa de juros Selic inalterada "por muito tempo". A expectativa é de que a próxima janela para o banco começar a cortar juros reabrirá apenas em meados de 2025. Aqui, afirma, a dinâmica fiscal pró-cíclica e o aumento das pressões cambiais têm deteriorado as expectativas de inflação e os prêmios de risco político.
"As principais questões a serem observadas até o final de 2024 são a dinâmica fiscal e parafiscal no Brasil", afirma o Goldman Sachs.
Risco Trump
Outro risco político considerável no horizonte do banco é o de um eventual governo Donald Trump dar início a uma guerra comercial. "As propostas políticas de Trump – incluindo um aumento de 10 pontos percentuais nas tarifas – levariam a medidas retaliatórias por parte de seus parceiros comerciais e a um provável fortalecimento do dólar americano. Numa 'guerra comercial' global, as economias em desenvolvimento têm mais a perder do que a maioria."
A chance de Donald Trump vencer as eleições cresceu significativamente desde que tentaram assassiná-lo no último fim de semana. Em casas de apostas, essa probabilidade chegou a ser precificada em 75%.
"A combinação de um dólar mais forte e preocupações geopolíticas crescentes em relação às relações EUA-China provavelmente manterá as ações dos mercados emergentes voláteis", diz o relatório. O Goldman Sachs pontua, no entanto, que outros países estão mais expostos ao risco geopolítico EUA-China, como Taiwan, Coreia e México.
MELHORES INVESTIMENTOS 2024: Baixe o relatório gratuito do BTG Pactual e descubra as principais oportunidades para o 2º semestre deste ano
-
1/5
Sede do BB, em Brasília
(5º Banco do Brasil (BBAS3) | Rentabilidade: 98,92%)
-
2/5
PRIO, antiga PetroRio (PRIO3)
(4º Prio (PRIO3) | Rentabilidade: 102,64%)
-
3/5
Sabesp: Plano é lançar operação na primeira semana de junho
(3º Sabesp | Rentabilidade: 106,16%)
-
4/5
Embraer: Num cenário de demanda maior que oferta, brasileira deve
(2º Embraer | Rentabilidade: 109,15%)
-
5/5
(1º Petrobras (PETR3/PETR4) | Rentabilidade 134% (PETR4); 139,8% (PETR3))