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Goldman Sachs reduz estimativas de Cosan, Vibra e Ultrapar e cita risco de volta de impostos em 2023

Banco revisou estimativas de Ebitda das três companhias para baixo para 2022, 2023 e 2024. Caso imposto volte, resultados podem ser ainda menores, escrevem analistas

Goldman Sachs: banco alerta para resultados piores caso imposto federal volte (Rodrigo Capote/Getty Images)

Goldman Sachs: banco alerta para resultados piores caso imposto federal volte (Rodrigo Capote/Getty Images)

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Karina Souza

Publicado em 2 de dezembro de 2022 às 14h09.

Última atualização em 7 de dezembro de 2022 às 17h08.

O Goldman Sachs revisou para baixo, nesta semana, as estimativas relacionadas a Cosan, Ultrapar e Vibra Energia. Em relatório divulgado antes do novo plano de investimentos da Petrobras, o banco considerou três principais critérios para a atualização de expectativas sobre Ebitda e preços-alvo: as perdas de inventário, os reajustes de preço de Petrobras e a redução do ICMS, que trouxe efeitos de redução de preço nas bombas de combustível.

Apesar de projetarem um quarto trimestre mais otimista do que os três meses encerrados em setembro, ainda impulsionados pela redução do ICMS e pela ausência de perdas de inventário, os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins apontam que a possível volta da cobrança de impostos federais sobre os combustíveis a partir do ano que vem pode representar um risco de resultados ainda menores para as companhias analisadas.

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Para lembrar, a lei 194/2022 reduziu a zero as alíquotas da CIDE Combustíveis (bem como do PIS/Pasep e Cofins), um efeito válido somente até o dia 31 de dezembro deste ano. No fim de outubro, representantes do setor de distribuição de combustíveis ressaltaram o cenário de incerteza para o ano que vem, principalmente em relação às previsões para produção de etanol na próxima safra.

Diante de todo esse cenário, apesar da recomendação de compra para Vibra e Ultrapar, principalmente tendo em vista o desconto do mercado (em torno de 35% em relação à média histórica), os analistas continuam vendo Localiza, Copa e Santos Brasil oferecendo uma relação melhor de risco-retorno do que as empresas de distribuição de combustível, dentro da análise de Energia, Transporte e Infraestrutura coberta pelo banco.

No detalhe de cada uma das três analisadas, começando pela Ultrapar, a expectativa para a companhia como um todo é que apresenta queda de 1% no Ebitda de 2022, crescimento de 4% em 2023 e de 5% em 2024, com base no desempenho menor (em Ebitda) de Ipiranga e maior de Ultragaz. Com a alta da Selic, o banco revisou para baixo também os múltiplos da empresa, passando de 6,7 vezes EV/Ebitda em 2023 para 6,1 vezes. O preço-alvo da ação passou de R$ 19,10 para R$ 18.

Já em relação à Vibra Energia, a estimativa é que os volumes sejam mantidos em relação às análises anteriores, mas, agora, o banco projeta quedas sequenciais de margem Ebitda/m3 de -3%, -1% e -2% para 2022, 2023 e 2024, respectivamente. A companhia também deve ser negociada a múltiplos menores (6,1x EV/Ebitda, ante 6,6 vezes) e teve queda no preço-alvo, de R$ 25,10 para R$ 21,50.

Por fim, em relação à Cosan, com a queda projetada de vendas da Raízen Combustível em 1% nos próximos dois anos, mais queda de Ebitda para a divisão, ao mesmo tempo que tem crescimento do Ebitda/tonelada da Raízen Energia e de Compass, somadas à participação na Vale e às novas estimativas para Rumo e Gaspetro, o banco projetou um preço-alvo ligeiramente maior do que o anterior: saiu de R$ 21,20 para R$ 22,60.

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