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Goldman Sachs (GSGI34) reduz previsão de crescimento da China por causa da crise imobiliária

O setor imobiliário representa por mais de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) da China e está afetando negativamente seu crescimento econômico

Sede do Goldman Sachs em Nova York (Brendan McDermid/Reuters)

Sede do Goldman Sachs em Nova York (Brendan McDermid/Reuters)

O Goldman Sachs (GSGI34) cortou nesta quinta-feira, 25, a previsão de crescimento do índice MSCI China devido à crise do mercado imobiliário chinês.

O banco de investimento americano reduziu suas perspectivas de crescimento índice de 4% para zero em 2022. O índice MSCI China é um importante indicador que mede o crescimento das 700 mais importantes empresas chinesas listadas nas Bolsas de Xangai e Shenzhen, entre as quais Tencent, BYD e Industrial and Commercial Bank of China.

Os analistas do Goldman Sachs também reduziram a previsão para o índice MSCI China para os próximos 12 meses de 84 para 81.

O índice MSCI China caiu mais de 6% em julho, à medida que as preocupações com o mercado imobiliário chinês se somavam às preocupações existentes sobre os novos surtos de coronavírus (Covid-19), que estão provocando lockdowns, além do aumento da regulamentação sobre empresas de tecnologia e tensões geopolíticas da China com Taiwan.

Mercado imobiliário da China pode ser pivô de crise

O mercado imobiliário da China voltou sob pressão nas últimas semanas, após milhares de cidadãos chineses que tinham comprado casas e apartamentos pararam de pagar as parcelas dos financiamentos após atrasos na entrega por parte das incorporadoras.

Na China é muito comum que os imóveis sejam comprados na planta.

Entretanto, isso significa que as construtoras se tornam muito dependentes da dívida para alimentar suas operações.

Quando gigantes do setor imobiliário chinês, como a Evergrande, começaram a se tornar insolventes no final do ano passado, muitos analistas começaram a se preocupar com a possibilidade de um contágio para outros setores da economia da China.

Além disso, existe um excesso de oferta de imóveis nas cidades menores da China - as famosas "cidades fantasmas" - que não consegue ser absorvido pela demanda.

Isso poderia desencadear uma crise dos preços dos imóveis, com efeitos cascata sobre as contas de outras construturas do gigante asiático.

Crescimento econômico depende da construção civil

O setor imobiliário representa por mais de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) da China, e boa parte do crescimento do país nos últimos anos foi impulsionado pela construção civil.

Em seu relatório, o Goldman Sachs cortou as previsões sobre a construção de novos imóveis, prevendo uma queda de 33% no segundo semestre do ano, contra uma queda de 25% prevista anteriormente.

No início de julho, os analistas do banco de investimento americano tinham reduzido a previsão de crescimento do PIB chinês para 3,3%, abaixo dos 4% previstos anteriormente.

Segundo o Goldman Sachs, essa redução do crescimento da segunda maior economia do mundo seria provocada por “todos os problemas não resolvidos em Covid e habitação, bem como os riscos crescentes na demanda global e nas exportações chinesas”.

A China registrou um crescimento do PIB de 0,4% no segundo trimestre em relação ao ano anterior, e no primeiro semestre do ano cresceu 2,5%, menos da metade da meta oficial para o ano inteiro, de 5,5% .

O investimento em imóveis na China no primeiro semestre do ano caiu 5,4% em relação ao ano anterior, pior do que a queda de 4% registrada nos primeiros cinco meses do ano.

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