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Goldman corta recomendação para Bovespa após IOF

Banco considera que taxação para derivativos pode diminuir o volume de transações na bolsa

As ações da BM&F Bovespa registraram queda de 5,4% na quarta-feira (Lailson Santos/EXAME)

As ações da BM&F Bovespa registraram queda de 5,4% na quarta-feira (Lailson Santos/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 28 de julho de 2011 às 15h59.

São Paulo - O Goldman Sachs Group Inc. reduziu de “compra” para “neutra” a recomendação para as ações da BM&FBovespa SA, que opera a maior bolsa de valores da América Latina, diante das preocupações de que a nova taxação para derivativos reduza o volume de transações no País.

A BM&FBovespa caía 1,6 por cento para R$ 8,88 reais às 14:30, depois de registrar uma queda de 5,4 por cento no pregão de ontem, quando o governo anunciou a cobrança da alíquota de 1 por cento do Imposto sobre Operações Financeiras nas posições em dólar acima de US$ 10 milhões no mercado futuro. No pregão de hoje, a ação chegou a cair 2,3 por cento, para R$ 8,82, mais baixo patamar desde abril de 2009.

O Conselho Monetário Nacional pode elevar a taxação de IOF sobre derivativos até o limite de 25 por cento, segundo medida provisória assinada pela presidente Dilma Rousseff. A medida é a mais recente em uma série de movimentos do governo brasileiro para conter a valorização de 48 por cento do real desde dezembro de 2008, avanço que afeta a competitividade das exportações do País.

“Mesmo que os detalhes sobre a forma como o CMN vai usar seus novos poderes ainda sejam poucos, a medida representa uma séria ameaça de interferência do governo nas operações de câmbio, incluindo sua capacidade de determinar as condições para as operações,” escreveram os analistas do Goldman Sachs, incluindo Carlos G. Macedo.

O número de contratos futuros de dólar negociados na BM&FBovespa era de 184.000 hoje às 12:28, segundo a bolsa. Ontem, o volume foi de 374.766 contratos negociados, contra 388.365 em 26 de julho.

Cobrança do IOF

O governo começará a recolher o novo imposto em 5 de outubro, segundo o Ministério da Fazenda. A Receita Federal ainda precisa de tempo para desenvolver um sistema para apurar e recolher o tributo, segundo o Ministério.

Bancos estão hesitantes para fazer transações no mercado de câmbio futuro porque “eles não sabem como isso vai impactar suas posições”, disse Mário Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora de Câmbio e Valores em São Paulo.

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