Banco Goldman Sachs diz não estar confiante sobre novo 'bull market', otimismo em relação ao mercado de ações na bolsa brasileira. (Paulo Whitaker/Reuters)
Bloomberg
Publicado em 6 de abril de 2022 às 16h34.
Última atualização em 6 de maio de 2022 às 15h16.
A recuperação que fez do Brasil o mercado acionário com melhor desempenho do mundo neste ano não empolgou o banco Goldman Sachs. Apesar das perspectivas de um crescimento morno para a maior economia da América Latina e a expectativa da inflação acima de 6% até 2023 sobre o mercado local, estrategistas do banco liderados por Caesar Maasry escreveram as suas preocupações em relatório.
“Estamos céticos de que um mercado de alta sustentado esteja à nossa frente”, disse Maasry. “Os mercados de commodities podem fornecer suporte para parte das ações brasileiras, mas achamos que o cenário externo não é suficiente para impulsionar significativamente o Ibovespa.”
A projeção de 116.000 pontos de Maasry para o Ibovespa no fim do ano foi a segunda menor em uma pesquisa recente da Bloomberg e sugere espaço para o índice cair cerca de 2% em relação ao fechamento de terça-feira, 5. Maasry também tem uma projeção de 12 meses para o indicador de 118.000 pontos.
Depois de subir 34% em dólares desde o início do ano, o Ibovespa negocia a 7,8 vezes o lucro estimado, abaixo das médias históricas e contra 14,1 vezes para o Mexbol, do México.
Mas, mesmo com alguns estrategistas esperando que a taxa de juros atinja o pico nos próximos meses e que um ciclo de flexibilização monetária comece no ano que vem, o Goldman afirma que o resultado mais provável – “um recuo modesto das taxas” – pode fazer o investidor priorizar o investimento em renda fixa.
Um movimento adicional de performance mais forte das ações contra ativos de renda fixa parece difícil nos níveis atuais, disse Maasry.