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GOL tem grande queda após governo negar desoneração

A GOL caía 6,5 por cento, para R$ 10,64, às 14:51, maior baixa intradiária desde 19 de dezembro e a maior desvalorização entre integrantes do Ibovespa

As ações da GOL acumulam queda de 8,5 por cento no ano até ontem, contra alta de 10,5 por cento do Ibovespa no mesmo período (Divulgação/EXAME)

As ações da GOL acumulam queda de 8,5 por cento no ano até ontem, contra alta de 10,5 por cento do Ibovespa no mesmo período (Divulgação/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2012 às 16h05.

São Paulo - A GOL Linhas Aéreas Inteligentes SA, segunda maior companhia aérea do País em valor de mercado, opera com a maior queda em quase quatro meses após o governo negar que estuda desonerar a folha de pagamento do setor aéreo.

A GOL caía 6,5 por cento, para R$ 10,64, às 14:51, maior baixa intradiária desde 19 de dezembro e a maior desvalorização entre integrantes do Ibovespa, que subia 0,4 por cento.

Ontem, a GOL disparou 11 por cento depois que o jornal Valor Econômico disse que o governo poderia desonerar a folha de pagamento e reduzir o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços que incide sobre combustível de aviação. O jornal não disse onde obteve a informação.

Em comunicado por e-mail ontem após o fechamento do mercado, o Ministério da Fazenda negou que esteja estudando a desoneração da folha para aéreas, sem comentar se poderá cortar ICMS sobre combustível de aviação. Juntos, os gastos com pessoal e combustíveis representaram 60,1 por cento dos custos da GOL no quarto trimestre, segundo comunicado no dia 27 de março.

“Agora não há nenhum ‘driver’ que sustente ganhos no setor aéreo”, disse o analista do setor aéreo do Banco do Brasil SA, Leonardo Nitta, em entrevista por telefone de São Paulo. “A única coisa que poderia ajudar a GOL seria uma redução de custos, como a da especulação de ontem, que reduziria os dois maiores custos da companhia, a folha de pagamento e o gasto com combustíveis”.

O governo desonerou a folha de pagamento de 15 setores ao eliminar a contribuição previdenciária patronal sobre a folha em 3 de abril para reduzir o custo da mão de obra e fomentar o crescimento econômico. Os segmentos beneficiados incluem os de têxteis, de autopeças e de fabricação de aeronaves, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em 3 de abril. No dia seguinte, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse que o Brasil tem planos para estender a desoneração da folha para todos os setores produtivos até 2014.

No comunicado de 27 de março, a GOL disse que seus gastos com pessoal aumentaram 30 por cento, para R$ 447,6 milhões, no quarto trimestre. Em 2 de abril, a empresa anunciou a demissão de 131 pilotos e tripulantes e o corte de 80 de seus 900 voos diários para reduzir custos.

As ações da GOL acumulam queda de 8,5 por cento no ano até ontem, contra alta de 10,5 por cento do Ibovespa no mesmo período.

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