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Gol conclui processo de recuperação judicial nos Estados Unidos; Abra passa a deter 80% das ações

Companhia deu início em Chapter 11 em janeiro de 2024 e levantou US$ 1,9 bilhão para financiar sua saída do processo

Gol: liquidez passa a ser de US$ 900 milhões (Gol/Divulgação)

Gol: liquidez passa a ser de US$ 900 milhões (Gol/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 6 de junho de 2025 às 17h38.

Última atualização em 6 de junho de 2025 às 18h06.

A Gol anunciou nesta sexta-feira, 6 de junho, que está saindo do Chapter 11, processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, no qual entrou em janeiro de 2024 — superando as estimativas iniciais da companhia para a conclusão do processo.

O anúncio vem poucas semanas depois de a Justiça dos Estados Unidos aprovar plano de saída do Chapter 11. A empresa levantou US$ 1,9 bilhão para financiar sua saída do processo, com o apoio da maior parte dos credores. Com isso, a liquidez da companhia melhorou, para algo em torno de US$ 900 milhões, bem como a alavancagem irá de 5,4x para uma projeção inferior a 3x até o final de 2027.

O plano de reestruturação incluiu a conversão de até US$ 1,7 bilhão em dívidas garantidas e US$ 850 milhões em outras obrigações para ações da empresa. O grupo Abra, principal acionista da Gol, aceitou receber cerca de US$ 950 milhões em novas ações, além de US$ 850 milhões em dívidas reestruturadas.

Agora, o grupo, que também é acionista da colombiana Avianca, passa a deter cerca de 80% das ações da Gol.

Ao longo do processo, a companhia aérea também garantiu US$ 1,375 bilhão em financiamento, incluindo um novo investimento de US$ 125 milhões de credores detentores de notas seniores com vencimento em 2026.

"Hoje somos significativamente mais fortes. Racionalizamos nossa frota, otimizamos nossos custos, redesenhamos nossa malha, aprimoramos nosso foco operacional e impulsionamos nossa eficiência administrativa, o que, apoiado em uma sólida preferência do cliente, demanda robusta e um plano de cinco anos que trará mais investimentos na experiência do cliente, bem como novas rotas, nos permitirão continuar a impulsionar nosso sucesso. Estamos prontos para aproveitar as oportunidades que vemos no horizonte", afirma Celso Ferrer, CEO da Gol, em comunicado.

Renúncia de conselheiros

A saída do processo foi acompanhada do pedido de renúncia de Ricardo Constantino e Paul Stewart Aronzon aos seus cargos no conselho de administração. Manuel José Irarrázaval Aldunate foi nomeado como membro do conselho. Com a saída de Constantino, Antonio Kandir foi definido novo vice-presidente do board.

Planejamento de longo prazo

A Gol delineou um plano de cinco anos para fortalecer sua posição no mercado. A companhia se prepara para ampliar sua presença em hubs estratégicos no Brasil e no exterior, com o objetivo de aumentar a competitividade em um mercado cada vez mais desafiador.

A Gol também investiu na modernização de sua frota. Com a entrega de cinco novas aeronaves Boeing 737 MAX prevista para 2025, a companhia espera continuar sua estratégia de padronização de frota e otimização de custos. A companhia revisou motores de sua frota atual e planeja ter toda a frota em operação até o primeiro trimestre de 2026.

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