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Gigantes globais alertam para bolha com postura 'dovish' de BCs

Bancos centrais adiam previsão sobre aumento de juros e levam executivos da BlackRock e da Allianz a advertir sobre impactos nos preços de ativos

Trader na Bolsa de Nova York: especialistas alertam para riscos de bolhas | Foto: Lucas Jackson/Reuters (Lucas Jackson/Reuters)

Trader na Bolsa de Nova York: especialistas alertam para riscos de bolhas | Foto: Lucas Jackson/Reuters (Lucas Jackson/Reuters)

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Bloomberg

Publicado em 8 de novembro de 2021 às 17h21.

Alertas de bolha soam mais alto depois de uma semana de sinais “dovish” de bancos centrais, que resultaram nas condições financeiras mais frouxas em quase quatro décadas.

Rick Rieder, da BlackRock, e Mohamed El-Erian, da Allianz, estão entre os que alertaram sobre os crescentes riscos sistêmicos, a menos que autoridades monetárias tomem medidas mais decisivas para limitar o estímulo da pandemia.

Embora os bancos centrais estejam perfeitamente cientes dos perigos da era do dinheiro fácil, as posturas acomodatícias incentivam fluxos cada vez maiores para mercados mais arriscados.

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O setor de criptomoedas acaba de superar 3 trilhões de dólares em valor, o maior ETF (fundo de índice) de títulos com grau especulativo sobe depois de receber o maior fluxo desde março, e os principais índices acionários estão perto de recordes. Não é de se admirar que um indicador de ativos cruzados mostre que o clima de investimento fácil dos Estados Unidos pode entrar para a história.

O maior apetite por risco aumenta a preocupação com a valorização excessiva do mercado, a chamada espuma, e a vigilância frouxa sobre bancos centrais.

O Federal Reserve, o maior banco central do mundo, sinalizou na semana passada que vai adiar aumentos das taxas de juros até que o mercado de trabalho esteja em melhor forma, depois de anunciar uma redução amplamente esperada das compras de ativos, o tapering.

“O risco é que você esteja criando preços superaquecidos”, disse Rieder, diretor de investimentos de renda fixa global da BlackRock, em entrevista à Bloomberg TV na sexta-feira, dia 5. “O risco para o sistema é obter liquidez no sistema, criando excesso.”

Na semana passada, o Banco da Inglaterra chocou os mercados com a decisão de não aumentar os juros. Já a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, rebateu apostas de aumento dos juros em 2022.

Com as pressões do lado da oferta ameaçando o crescimento, bancos centrais correm risco de agirem muito rápido e prejudicar a recuperação econômica; ou de serem muito lentos e deixarem a inflação sair do controle. As autoridades estão, portanto, adotando uma abordagem comedida, apesar de alguns investidores pressionarem por um fim mais decisivo para o estímulo em meio à pandemia.

“Não está claro por que precisamos continuar a administrar uma política monetária tão aquecida”, disse El-Erian, colunista da Bloomberg Opinion, à Bloomberg TV na sexta-feira.

“A economia está indo muito bem. Mas o dano colateral está sendo criado, e as consequências indesejadas resultantes, se espalhando. Este é um Fed que vai esperar, e meu medo é que fique para trás e corramos o risco de um grande erro de política”, disse o ex-CEO da Pimco, uma das maiores gestoras do mundo.

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