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Gigante dos elétricos, BYD mira no lítio brasileiro para fortalecer cadeia produtiva

Segundo a Reuters, aquisição foi feita pela subsidiária Exploração Mineral do Brasil e representa o passo mais concreto da empresa rumo à exploração de minerais estratégicos no Ocidente

Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 06h57.

Última atualização em 14 de fevereiro de 2025 às 06h58.

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A montadora chinesa BYD (002594.SZ) adquiriu, em 2023, direitos minerais sobre duas áreas ricas em lítio no Brasil, marcando sua entrada no setor de mineração no país, segundo registros públicos analisados pela Reuters.

A aquisição foi feita pela subsidiária Exploração Mineral do Brasil, criada em maio do mesmo ano, e representa o passo mais concreto da empresa rumo à exploração de minerais estratégicos no Ocidente.

Os terrenos adquiridos estão localizados no Vale do Lítio, na cidade de Coronel Murta, Minas Gerais, e são vizinhos de áreas pertencentes à mineradora Atlas Lithium (ATLX.O), listada nos Estados Unidos. A região é considerada uma das mais promissoras do Brasil para a extração do metal essencial para baterias de veículos elétricos.

Expansão no Brasil

A BYD, que já investe em uma fábrica no complexo da antiga Ford, na Bahia, reforça sua aposta no maior mercado da América Latina. A nova planta, anunciada em 2023, terá capacidade para produzir 150 mil carros elétricos por ano e está a cerca de 12 horas de distância das áreas mineradas.

A mineradora contratada para a pesquisa mineral, Minagem Geologia e Mineração, afirmou que precisaria de autorização da BYD para comentar o projeto. O CEO da Atlas Lithium, Marc Fogassa, destacou que soube da presença da montadora por terceiros, mas vê a movimentação como um sinal de valorização da região.

Lítio brasileiro no radar global

A disputa pelo lítio no Brasil ocorre em um contexto de crescente interesse internacional. Delegações dos Estados Unidos, Arábia Saudita e China visitaram o país recentemente, reforçando sua posição como um dos poucos mercados abertos para a exploração desse metal estratégico.

Diferente de seus vizinhos Argentina, Bolívia e Chile, o Brasil tem uma regulação mais flexível para exportação de lítio, facilitando investimentos privados no setor.

Especialistas apontam que, mesmo se confirmada a viabilidade econômica, a exploração pode levar entre 8 e 15 anos para começar a produzir. A BYD já demonstrou interesse em expandir sua cadeia de suprimentos, tendo negociado com a Sigma Lithium (SGML.V) uma possível parceria ou aquisição no Brasil.

A empresa não comentou oficialmente a aquisição dos direitos minerais, segundo a Reuters.

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