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Gestores reconhecem que empresas estão investindo além da conta em IA

Conclusão é de pesquisa mensal do BofA com gestores globais, que ainda assim seguem apostando em ações de tecnologia

Pesquisa do BofA: alerta para uma possível correção nos mercados (TIMOTHY A. CLARY/AFP/Getty Images)

Pesquisa do BofA: alerta para uma possível correção nos mercados (TIMOTHY A. CLARY/AFP/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 19 de novembro de 2025 às 05h30.

Os ganhos de produtividade proporcionados pela inteligência artificial são evidentes, mas as empresas estão “investindo demais” na tecnologia, aponta a Pesquisa Global de Gestores de Fundos (FMS) do Bank of America (BofA), realizada entre 7 e 13 de novembro. O alerta é direcionado especialmente aos hyperscalers, grandes empresas que operam infraestruturas massivas de computação em nuvem.

É a primeira vez em 20 anos que os gestores globais que participam da pesquisa reconhecem que as companhias estão investindo além da conta.

E o maior risco para o mercado, segundo eles, é o estouro de uma bolha de IA.  Aliás, 54% dos gestores ouvidos pelo BofA estão comprados nas Sete Magníficas. Isso significa que uma parcela significativo do mercado está fortemente exposta às empresas que impulsionam gastos com IA. 

Possível sinal de correção

Os investidores globais seguem otimistas, mantendo posições compradas em ações no maior nível desde fevereiro de 2025 e em commodities desde setembro de 2022, enquanto operam com apenas 3,7% de caixa.

É um outro sinal de alerta, que, historicamente, trata-se de um patamar associado a um sinal de venda.

Desde 2002, níveis de caixa iguais ou inferiores a 3,7% ocorreram apenas 20 vezes. Em todas elas, as ações recuaram, enquanto os títulos do Tesouro se destacaram nos meses seguintes.

De acordo com o banco, esse posicionamento funciona mais como vento contrário do que a favor para os ativos de risco.

O excesso de otimismo tende a se ajustar caso o Federal Reserve (Fed) não anuncie um corte de juros em dezembro. Nesse ambiente, mercados emergentes e bancos aparecem como os mais vulneráveis a um movimento mais forte de aversão ao risco no quarto trimestre.

No campo macroeconômico, a maioria dos gestores avalia que o cenário global é de estado ótimo, sem contração ou expansão relevantes — 53% acreditam em condições para um pouso suave, enquanto 37% apostam em uma continuidade do crescimento econômico ainda que em um cenário de inflação elevada. Apenas 6% creem num desaquecimento.

Os gestores estão atualmente 34% overweight em ações globais (alocação acima da média, equivalente à compra), abaixo do nível comum nos picos de mercado, que giram em torno de 60%.

Eles mantêm otimismo com mercados emergentes e com o setor de saúde, enquanto reduziram fortemente a exposição ao Reino Unido e ao segmento de consumo discricionário, que registrou queda recorde.

A posição em tecnologia, por outro lado, foi ampliada no maior ritmo dos últimos oito meses.

Perspectivas

Olhando para 2026, os gestores acreditam que as ações internacionais e as ações dos Estados Unidos serão os ativos de melhor desempenho.

O MSCI Emerging Markets e o Nasdaq aparecem como os índices favoritos, enquanto o iene japonês surge como a moeda mais promissora.

Os ganhos de produtividade impulsionados pela IA surgem como o principal catalisador positivo esperado para o próximo ano, ao passo que inflação persistente e possíveis novas altas de juros pelo Fed são vistos como os principais catalisadores negativos.

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