Livros: Ouro Preto pretende driblar crise do mercado literário alterando a forma de atingir o público-alvo (Pornsawan Sangmanee / EyeEm/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 7 de julho de 2020 às 15h41.
Última atualização em 7 de julho de 2020 às 16h05.
A gestora de recursos Ouro Preto pretende montar o primeiro fundo de investimento brasileiro totalmente dedicado ao mercado literário. Ainda não há data para o lançamento, mas a previsão é que seja ainda neste ano.
“Iremos buscar parcerias para bancar o custo de edição dos livros. Os primeiros resultados das vendas serão para cobrir o investimento, depois, o lucro será dividido”, afirmou João Baptista Peixoto Neto, sócio-diretor da Ouro Preto.
Voltado para o investidor profissional, o fundo terá como foco livros de filosofia, história, ciências sociais e grandes obras da literatura. “O propósito não é puramente ganhar dinheiro. Há também o interesse de editar livros para um público intelectualizado.”
Mas o investimento não deve se restringir ao aporte. Peixoto Neto também pretende driblar a crise que assola o setor com a expertise que adquiriu em seus 20 anos à frente da editora que leva seu nome.
Segundo Peixoto, a solução passa por encontrar formas para atingir o público-alvo. “Quais são as pessoas interessadas em filosofia? É um público pulverizado. É diferente do que acontece em canais do YouTube, que acabam reunindo pessoas em torno do mesmo interesse. Então precisa mudar a forma de como chegar nessas pessoas. Temos algumas estratégias”, afirmou.
Com mais de 5 bilhões de reais sob gestão, a Ouro Preto possui fundos de diversas classes, como de ações, renda fixa, direitos creditórios e multimercado. Com investidores profissionais, a gestora também trabalha na classe de seed capital, voltadas para empresas em estágio inicial.