Joao Luiz Braga, sócio-fundador da Encore Asset Management (Bloomberg/Bloomberg)
Bloomberg
Publicado em 15 de janeiro de 2021 às 12h04.
Última atualização em 15 de janeiro de 2021 às 18h53.
(Bloomberg) -- João Braga ajudou a comandar um dos fundos de melhor desempenho no Brasil nos últimos cinco anos. Em sua nova gestora, a Encore Asset Management, ele quer repetir a dose.
Desta vez, Braga está apostando na abordagem “quantamental”, que combina análise de fundamentos de empresas com ferramentas quantitativas. A Encore contratou dois analistas quant para o desenvolvimento de algoritmos que possam auxiliar na tomada de decisão, de acordo com ele.
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“É algo que ainda está engatinhando no Brasil, mas há muitas gestoras que fazem isso muito bem lá fora”, disse Braga, em entrevista. “Queremos criar um diferencial para os analistas.”
Ao redor do mundo, gestoras tradicionais têm recorrido a ferramentas quant, incluindo firmas como a Point72 Asset Management, de Steve Cohen, e a Third Point, de Dan Loeb.
No Brasil, a indústria de fundos tem atravessado um período de forte crescimento, mas estratégias quantitativas ainda representam uma fração relativamente pequena do mercado. Os multimercados registraram captação líquida de R$ 97,6 bilhões no ano passado, recorde da série histórica, atraindo muitos executivos a montar seu próprio negócio.
Braga, 40, é parte desse contingente. No ano passado, ele deixou o cargo de corresponsável por renda variável da XP Asset Management. Lá, ele ajudou a gerir o fundo XP Long Biased FIM, que bate cerca de 98% dos pares em uma janela de cinco anos, mesmo após registrar uma queda de 14% em 2020, sem conseguir se recuperar por completo do tombo de março, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Em meio à turbulência provocada pela pandemia, Braga chegou a pedir desculpas no Twitter e, em maio, deixou a XP Asset. A XP deve ajudar com distribuição, capital inicial do fundo e poderia eventualmente ter alguma participação na nova gestora no futuro, segundo Braga. A XP confirmou a informação.