Mirabaud: grupo com sede em Genebra foi fundado em 1819 e tem US$ 35 bilhões sob gestão (Divulgação/Shutterstock)
Agência de notícias
Publicado em 16 de outubro de 2023 às 12h14.
Última atualização em 16 de outubro de 2023 às 12h23.
O grupo gestor de fortunas suíço Mirabaud planeja triplicar o total de ativos que administra no Brasil até 2025 e, para isso, tem aumentado sua presença local na maior economia da América Latina.
O Mirabaud atualmente tem R$ 1 bilhão sob gestão no Brasil e está trabalhando com 70 famílias, disse o CEO para Brasil, Urbano de Moraes, em entrevista. Também administra outros US$ 3,8 bilhões para clientes latino-americanos, incluindo brasileiros, por meio de seus negócios offshore, disse ele.
O Mirabaud, com sede em Genebra, foi fundado em 1819 e tem US$ 35 bilhões sob gestão no mundo todo. O grupo abriu o seu escritório no Brasil em 2019, adquiriu sua licença local no ano passado e contratou Moraes para liderar a operação. Anteriormente, ele foi chefe local da Indosuez Wealth, executivo do Crédit Agricole e do Crédit Lyonnais.
“A gente tem capacidade para evoluir organicamente,” disse Moraes. “Você vai ganhando tração, visibilidade e, obviamente, performance global.”
Nicolas Mirabaud, membro da família de sétima geração e atual sócio-gerente da empresa, viajou ao Brasil no início deste ano para se encontrar com clientes atuais e potenciais em São Paulo e no Rio de Janeiro, disse Moraes.
A indústria de gestão de patrimônio no Brasil continua a crescer tanto em termos de ativos quanto em número de players. O total de dinheiro administrado por gestoras independentes aumentou 8,3% no primeiro semestre de 2023, para R$ 460,4 bilhões, segundo a Anbima.
O Mirabaud levantou R$ 100 milhões para um fundo de renda fixa este ano e começará a receber dinheiro para um segundo fundo focado em crédito privado, disse Eric Hatisuka, diretor de investimentos do Brasil.
A empresa tem atualmente 13 funcionários em seu escritório de São Paulo, que fica em um prédio elegante perto da Avenida Paulista, sem inquilinos listados no saguão, como parte de uma estratégia para permanecer discreta.
Os executivos disseram que estão acompanhando de perto os debates sobre impostos sobre a riqueza no Congresso brasileiro e aconselhando os clientes a esperar antes de tomar decisões devido à incerteza sobre o resultado final.
“O Brasil está cheio de oportunidades, no setor de construção, agronegócio, startups de tecnologia e serviços”, disse Moraes. “Em um mercado desse porte você cria espaço para as empresas crescerem e atrai grandes players para o país.”