INDÚSTRIA: / Germano Lüders
Da Redação
Publicado em 9 de agosto de 2016 às 22h32.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h19.
Quando as ações da siderúrgica Gerdau começaram a subir, em março deste ano, a alta foi vista como pura especulação, em meio à expectativa de um impeachment. Menos de cinco meses depois, a ação virou uma das queridinhas de gestores e analistas.
“Depois de anos de pessimismo, agora há espaço para otimismo com a Gerdau”, dizem analistas do banco BTG Pactual em relatório recente que recomendou a compra das ações. O banco Credit Suisse elegeu, na semana passada, os papéis da empresa como seu investimento favorito em toda a América Latina.
Os resultados que a companhia divulga nesta quarta-feira, referentes ao segundo trimestre, podem corroborar este otimismo todo. A expectativa é que seu lucro alcance os 129 milhões de reais. O resultado seria a metade do valor apresentado no mesmo período de 2015, mas é oito vezes maior que o lucro do primeiro trimestre deste ano. Seria a prova de que o tão sonhado “ponto de virada” da companhia já chegou.
A maioria dos especialistas afirma que a combinação de preços do aço em queda no mercado internacional e uma demanda fraca no mercado interno – que foi tão prejudicial para os resultados até aqui – começa a ficar para trás. Em seu último relatório, a World Steel Association prevê um crescimento de 0,4% na demanda global de aço no próximo ano. Analistas também avaliam que a demanda interna deve voltar a acelerar em 2017, com uma retomada de crescimento na economia.
Por isso, garantem que, mesmo com a alta de quase 80% das ações este ano, há muito pra subir. Em 2014, antes de ser envolvida na operação Zelotes, de ser acusada de prejudicar seus minoritários, e de ver o preço do aço despencar, a Gerdau valia mais que o dobro do que vale hoje. Em 2008, no auge da euforia brasileira, cinco vezes mais. Para voltar aos dias de glória, a Gerdau tem que torcer pro Brasil – mas também se ajudar um pouquinho.