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George Soros quer Grécia, Portugal e Irlanda fora da Zona do Euro

Megainvestidor diz que Fundo Europeu de Estabilização Financeira não é a solução

“Uma insolvência controlada da Grécia e sua exclusão temporária do bloco de moeda única seriam melhores do que uma (sensação de) agonia prolongada”, apontou Soros (Alex Wong/Getty Images)

“Uma insolvência controlada da Grécia e sua exclusão temporária do bloco de moeda única seriam melhores do que uma (sensação de) agonia prolongada”, apontou Soros (Alex Wong/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2011 às 21h43.

São Paulo - A Europa deveria ter um único governo econômico que possuísse os instrumentos necessários para a exclusão de países como Grécia, Portugal e Irlanda, evitando assim o contágio de outras nações por conta dos problemas de dívida soberana, sugeriu o megainvestidor George Soros.

Em um artigo escrito para a publicação semanal alemã Die Zeir, Soros fez uma análise da situação atual e propôs que os três países sejam expulsos do bloco econômico europeu. Ele comparou a atual crise na Zona do Euro e a do Lehman Brothers em 2008. “Em ambos os casos, uma moeda aparentemente sem risco perdeu valor”, enfatizou.

Segundo Soros, a comparação mais difícil de ser estabelecida entre os dois períodos de crise é o fato da Zona do Euro não possuir um ministro das Finanças, “o que seria necessário para reagir diante da situação atual”. Ele reconheceu que tanto o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF, na sigla em inglês), assim como o Mecanismo de Estabilidade Financeira (ESM), foram passos dados em direção ao que faria um ministro das Finanças de toda a região.

No entanto, Soros afirma que o EFSF “não possui capital suficiente e que nem suas funções estão adequadamente definidas”, já que teria condições de resgatar a Grécia, Irlanda e Portugal, mas não a Itália e a Espanha.


O guru das finanças apontou que o grande problema do EFSF é simplesmente a falta de ser “um mecanismo de entrega de dinheiro” com a possibilidade de reagir imediatamente, o que faz deste “instrumento inadequado para a solução da crise”.

De acordo com Soros, as limitações do EFSF, as controvérsias sobre a compra de dívidas soberanas por parte do Banco Central Europeu (BCE) e a crescente percepção de que a Grécia não conseguirá cumprir com os objetivos deixam escassas as possibilidades para uma solução da crise.

“Uma insolvência controlada da Grécia e sua exclusão temporária do bloco de moeda única seriam melhores do que uma (sensação de) agonia prolongada”, apontou Soros. “No entanto, ninguém está preparado para o pior dos cenários”, acrescentou.

O primeiro passo para a Europa sair da crise é se “preparar para a quebra e saída da Grécia e Portugal, e possivelmente da Irlanda, da Zona do Euro”. Desta forma, algumas atitudes seriam necessárias, aponta.

Em primeiro lugar, os depósitos bancários deveriam ser assegurados, mantendo ativos os bancos em estados quebrados, visando assim evitar o colapso do sistema econômico da região. Em seguida, o sistema bancário deveria ser recapitalizado e, por último, seria necessário evitar a que insolvência de um país causasse a desconfiança dos títulos de outros.

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