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Gap estima em US$ 150 milhões o impacto das tarifas de Trump; ação cai 15%

Os principais fornecedores da empresa continuam sendo Vietnã e Indonésia, responsáveis por 27% e 19% da produção

Além das preocupações tarifárias, a Gap reportou resultados financeiros no primeiro trimestre acima das expectativas (Dimas Ardian / Getty Images)

Além das preocupações tarifárias, a Gap reportou resultados financeiros no primeiro trimestre acima das expectativas (Dimas Ardian / Getty Images)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 29 de maio de 2025 às 18h04.

Última atualização em 29 de maio de 2025 às 18h27.

A Gap espera que as novas tarifas comerciais de Donald Trump possam afetar seus negócios em centenas de milhões de dólares caso permaneçam em vigor, afirmou a empresa na quinta-feira ao divulgar os resultados do primeiro trimestre fiscal. As ações da companhia caíram mais de 15% no pregão após o fechamento do mercado.

Em comunicado oficial, a Gap detalhou que tarifas de 30% sobre importações da China, além de uma taxa de 10% sobre a maioria das importações de outros países, devem custar entre US$ 250 milhões e US$ 300 milhões. Entretanto, esses valores ainda não foram incorporados às projeções financeiras da empresa.

A estratégia para mitigar os efeitos dessas tarifas envolve a diversificação da cadeia de suprimentos, com redução da dependência da China, cuja participação deverá cair para menos de 3% das compras até o fim do ano. A expectativa é que, com essa medida, o impacto financeiro se aproxime de US$ 100 milhões a US$ 150 milhões, refletido no balanço do segundo semestre.

Richard Dickson, CEO da Gap, em entrevista à CNBC, afirmou que “com base no que sabemos hoje, não esperamos aumentos significativos de preços ou impacto para nossos consumidores.”

Resultados acima do esperado

Além das preocupações tarifárias, a Gap reportou resultados financeiros no primeiro trimestre acima das expectativas. O lucro líquido foi de US$ 193 milhões, equivalente a 51 centavos por ação, um crescimento em relação aos US$ 158 milhões e 41 centavos por ação do ano anterior. As vendas totalizaram US$ 3,46 bilhões, alta de cerca de 2% frente ao mesmo período do ano anterior.

A previsão de crescimento anual da empresa está alinhada ao consenso do mercado, com expectativa de alta entre 1% e 2%, porém ligeiramente abaixo do 1,3% esperado segundo dados da LSEG, empresa de análise financeira. Para o trimestre atual, a Gap projeta vendas estáveis, enquanto o mercado previa um crescimento de 0,2%.

Antes das novas tarifas, em março, a Gap previa impacto mínimo nas operações. Contudo, o cenário mudou rapidamente com a imposição dos impostos pelo governo Trump. Naquele momento, a empresa indicava que menos de 10% de sua produção era fabricada na China, país agora sujeito à tarifa de 30%. Em resposta, a Gap está reduzindo sua dependência do país asiático.

Os principais fornecedores da empresa continuam sendo Vietnã e Indonésia, responsáveis, respectivamente, por 27% e 19% da produção em 2024. Entretanto, o Vietnã pode enfrentar uma tarifa recíproca de até 46%, o que, se mantido, representaria um desafio considerável para a lucratividade da Gap.

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