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GameStop é sinal de bolha? Para JPMorgan, é chance para comprar

Marko Kolanovic, estrategista quantitativo do banco americano, diz que queda de outras ações com disputa sobre GameStop deve ser aproveitada por investidores

Operador na Bolsa de Nova York: ano começa com temores renovados de bolha (./Getty Images)

Operador na Bolsa de Nova York: ano começa com temores renovados de bolha (./Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 27 de janeiro de 2021 às 21h32.

Última atualização em 27 de janeiro de 2021 às 21h34.

Enquanto o embate entre investidores de varejo e os que apostam em vendas a descoberto aumenta a volatilidade do mercado, Marko Kolanovic, um dos mais respeitados estrategistas de Wall Street, recomenda ignorar os alertas sobre uma eventual bolha e comprar papéis que estiverem em queda por causa do conflito.

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As transações aceleradas envolvendo ações com enormes posições vendidas e ações que custam apenas centavos sinalizam euforia entre os day traders enquanto o mercado com um todo recua. No entanto o estrategista quantitativo e de derivativos do JPMorgan Chase afirma que os investidores profissionais não estão nem um pouco otimistas.

O modelo do banco para rastrear estratégias baseadas em computação para seleção de fundos de ações mostra que seu posicionamento em renda variável permanece no 30º percentil de um intervalo de 15 anos.

Para Kolanovic, a baixa exposição significa que os gestores de recursos provavelmente vão ampliar seus ativos, empurrando as ações para cima no longo prazo, à medida que a economia ganha impulso com as vacinas e as formas de auxílio governamental.

“Atualmente não há sinais de exuberância no posicionamento institucional em renda variável”, escreveu Kolanovic em nota distribuída a clientes nesta quarta-feira, 27.

“Qualquer recuo do mercado, como o que foi motivado pelo reposicionamento por um segmento da comunidade que assume posições compradas e vendidas (e ações relacionadas de tamanho insignificante), é uma oportunidade de compra.”

A visão de Kolanovic contrasta com os avisos cada vez mais frequentes em Wall Street de que as ações vão recuar e que existe excesso especulativo.

No início deste mês, estrategistas do Bank of America liderados por Michael Hartnett afirmaram que está se formando uma bolha nos preços dos ativos e preveem uma correção de mercado e posicionamento para o pico no primeiro trimestre.

Mike Wilson, estrategista-chefe de ações dos EUA do Morgan Stanley, nesta semana disse que espera começo “iminente” de uma correção no S&P 500.

As ações preferidas pelos fundos hedge foram mais afetadas pela onda de vendas porque algumas transações a descoberto deram errado, forçando os gestores de recursos a se desfazer de apostas lucrativas para cobrir perdas.

Operadores independentes que se reúnem em chats entraram em peso em ações com grandes posições vendidas, espremendo o posicionamento em ações como as da GameStop e da AMC Entertainment.

Kolanovic tem um critério simples para definir se há uma bolha nos ativos: a quadruplicação dos preços em um período de três anos.

O S&P 500 não se encaixa nessa métrica, já que avançou pouco mais de 30% nos últimos três anos. Mas segmentos do mercado, como o de ações de fabricantes de veículos elétricos e de energia solar, exibem sinais de supervalorização, acredita ele.

“É possível vender a descoberto os segmentos do mercado que se enquadram no perfil de bolha e ficar comprado em ações cíclicas e de valor que devem se beneficiar da recuperação e da reabertura relacionada à Covid”, escreveu Kolanovic.

“Turbulências de curto prazo, como a desta semana, são oportunidades de rotação de títulos para ações.”

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