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Gabaritou? Cogna (COGN3) reverte prejuízo e cresce lucro para R$ 118,8 milhões

"O mercado já nem pergunta mais sobre a alavancagem", diz Roberto Valério, CEO da Cogna, à EXAME

Cogna: empresa reportou seus resultados do segundo trimestre de 2025 nesta quarta-feira, 6 (Eduardo Frazão/Exame)

Cogna: empresa reportou seus resultados do segundo trimestre de 2025 nesta quarta-feira, 6 (Eduardo Frazão/Exame)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 6 de agosto de 2025 às 18h11.

Aumento de receita, EBITDA, geração de caixa livre, lucro líquido e redução de dívida: olhando assim, a Cogna (COGN3) parece ter gabaritado nos resultados do segundo trimestre de 2025. Resta saber a nota que o mercado vai dar. Após uma lição de casa difícil, a empresa precisou passar por um turnaround e reaprender a equação. A companhia reverteu o prejuízo do segundo trimestre de 2024, de R$ 8,32 milhões, para um lucro líquido de R$ 118,8 milhões.

“Na minha visão, o primeiro semestre mostra que todas as ações que estamos fazendo nesses últimos quatro anos são mudanças estruturais. Você pode atingir um guidance com redução de custo, mas isso só entrega um resultado pontual, que não se sustenta ao longo do tempo”, comenta Roberto Valério, CEO do Grupo Cogna.

O lucro líquido ajustado (excluindo efeitos não recorrentes) cresceu 252,9%, para R$ 178,07 milhões na comparação anual. O EBITDA Recorrente avançou para R$ 551,66 milhões, um aumento de 14,5%, com margem de 33,1% - esta teve retração de 0,3 ponto percentual (p.p.).

A receita líquida, por sua vez, cresceu 15,5%, para R$ 1,66 bilhão. A geração de caixa operacional após Capex cresceu mais de 200%, de R$ 96,91 milhões para R$ 296,63 milhões.

A Cogna também reduziu sua dívida líquida em R$ 526 milhões ao longo dos últimos 12 meses, chegando em R$ 2,8 bilhões no segundo trimestre de 2025. “Com essa taxa de juros alta, a gente quer reduzir o máximo da dívida para reduzir também a despesa financeira”, disse Valério.

Segundo ele, a dívida já não é mais um problema.

“O mercado já nem pergunta mais sobre a alavancagem. A gente está em 1,22x o EBITDA, é a menor dos últimos seis anos. A capacidade de geração de caixa tem permitido a gente reduzir a dívida”, afirmou.

Ninguém de castigo

É a Kroton que segue dando fôlego à empresa. Apesar da captação de novos alunos ter recuado 3,7% no trimestre – considerando o Prouni –, os alunos existentes na base estão pagando mais, ou seja, há um aumento de ticket médio dos veteranos, resultando em um crescimento na receita com captação de 17% no semestre.

“Isso para nós é a melhor coisa, porque você tem a mesma quantidade de alunos, mesmo custo (aluguel, energia), mas ele estão pagando mais. É o melhor dos mundos. O mais importante não é a quantidade de alunos é a receita que essa base de alunos cresce”, afirma Valério.

Outra coisa que está no radar da Kroton para impulsionar os resultados é a abertura de novos cursos de medicina. A Cogna, segundo Valério, participa do edital do Mais Médicos III com oito submissões e tem chances de conseguir quatro. Cada um prevê a criação de 60 novas vagas.

Mas não só a Kroton, como as subsidiárias Vasta, de educação básica, e Saber, de livros didáticos tiraram "boas notas". A Vasta teve o maior salto de EBITDA entre as três. Cresceu 82%, saindo de R$ 22,3 milhões para R$ 40,46 milhões.

Segundo Valério, a linha de negócios tem sido impulsionada por lançamento de escolas bilíngues da franquia Start Anglo, que gerou quase R$ 5 milhões em receita no trimestre.

Por fim, a Saber, que fornece livros para a educação pública, reverteu um EBITDA Recorrente negativo em R$ 10,12 milhões para um positivo em R$ 2,43 milhões. A receita líquida cresceu 14,6%, de R$ 73,2 milhões para R$ 84 milhões. De acordo com o CEO, a forte demanda do governo no programa Acerta Brasil, que visa melhorar o desempenho de alunos da rede público em avaliações externas, foi um dos motivos que ajudou a impulsionar a receita do segmento.

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