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EUA liberam futuros de bitcoin, mas corretoras têm dúvidas

Interesse do público pela moeda digital disparou neste ano e a cotação chegou a ultrapassar US$ 11.000

Bitcoin: disparada neste ano (Benoit Tessier/Reuters)

Bitcoin: disparada neste ano (Benoit Tessier/Reuters)

Rita Azevedo

Rita Azevedo

Publicado em 4 de dezembro de 2017 às 16h25.

As corretoras de valores mobiliários dos EUA precisam tomar uma grande decisão: oferecer ou não aos clientes contratos futuros vinculados à bitcoin – a moeda virtual considerada mina de ouro por uns e bolha por outros.

TD Ameritrade Holding e Ally Invest anunciaram que vão oferecer os instrumentos aos clientes quando começarem a circular. Já a Fidelity avisa que não tem planos no momento de fazer isso. Outras grandes corretoras se recusaram a comentar.

A Bloomberg começou a perguntar sobre as intenções dessas instituições semanas antes de CME Group e Cboe Global Markets anunciarem, na última sexta-feira, que superaram os obstáculos para a oferta de futuros de bitcoin. A CME começará a negociar esses ativos em 18 de dezembro. A Cboe não especificou uma data. A Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) discutiu com as bolsas enquanto os termos dos produtos estavam sendo definidos. As duas trabalharão em conjunto com a agência para acompanhar o mercado à vista de bitcoin.

O interesse do público pela moeda digital disparou neste ano e a cotação chegou a ultrapassar US$ 11.000. Os novos contratos prometem facilitar apostas na ascensão ou colapso do ativo por investidores não sofisticados.

“O que nos empolga é que isso oferece um mercado de dois lados”, disse JJ Kinahan, estrategista-chefe de mercados da TD Ameritrade. “Com compradores e vendedores naturais, isso ajuda a colocar uma volatilidade mais razoável no produto.”

Contratos futuros oferecidos em uma bolsa profundamente regulamentada podem oferecer a investidores individuais a oportunidade de entrar no universo da bitcoin sem correr alguns dos riscos associados à negociação e manutenção em carteira do ativo subjacente. Muitas plataformas de negociação de moedas digitais não têm regulamentação e algumas enfrentaram lapsos de segurança e falhas tecnológicas.

“Os clientes da Ally Invest expressaram interesse específico no produto de futuros que a Chicago Mercantile Exchange planeja lançar, baseado na bitcoin”, afirmou o presidente da corretora, Rich Hagen, em comunicado enviado em 28 de novembro. “Se a CME lançar mesmo esse produto, a Ally Invest planeja oferecê-lo imediatamente a clientes existentes e novos.”

A Fidelity atualmente não tem planos para oferecer negociação de futuros de bitcoin aos clientes da divisão de corretagem, segundo o porta-voz Steve Austin. Para clientes que negociam ou detêm moedas virtuais, é possível atrelar a conta mantida na plataforma Coinbase e monitorar a carteira no website da Fidelity.

Merrill Lynch (pertencente ao Bank of America) e Morgan Stanley se recusaram a informar se pretendem oferecer contratos futuros de bitcoin. Charles Schwab e E*Trade Financial se recusaram a comentar antes de sexta-feira e não retornaram mensagens enviadas após os anúncios feitos por CME e Cboe.

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