Centro de distribuição da B2W em São Paulo: em novembro de 2011, a empresa acumulava 100 000 reclamações de consumidores (Luis Ushirobira/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2012 às 09h07.
São Paulo – Com uma alta de 17% somente no mês de setembro, a B2W (BTOW3) já passou por dias mais turbulentos na bolsa, mas isso não significa que seu futuro seja tranquilo.
Parte do mercado ainda considera a possibilidade de sua controladora, a Lojas Americanas (LAME4), lançar uma oferta para fechar o capital caso o preço das ações caia forte novamente. O analista José Cataldo, da corretora Ágora, compartilha desta opinião. “Acreditamos que a Lojas Americanas reconhece o valor do negócio da B2W e acredita muito num ponto de virada, o que pode ser apenas uma questão de tempo se a B2W conseguir achar uma forma de se destacar entre seus competidores, gerando resultados positivos”, avalia em um relatório.
O relatório destaca que o fato de a B2W possuir muitas categorias de produtos e alta capacidade de armazenamento não é uma vantagem competitiva se os concorrentes oferecem preços melhores ou similares.
Recentemente, a empresa anunciou um plano de investimentos de mais de 1 bilhão de reais para o período de 2013 a 2015 em tecnologia, inovação e logística. Nesse período, estão previstos dez novos centros de distribuição no país.
“Estes investimentos devem contribuir para o aumento da competitividade, embora não existam garantias de que os concorrentes não farão o mesmo. Acreditamos que as operações da empresa apresentarão melhoras nos próximos trimestres, o que ajudaria a financiar estes investimentos com fundos próprios e novas linhas de crédito”, avalia Cataldo.
O analista mantém a recomendação classificada em “manter”, com preço-alvo de 9,20 reais, um potencial de desvalorização de 1,7%.
Amazon
A forte alta registrada neste mês pode ser em boa parte justificada pelos rumores de que a Amazon estaria em negociações para comprar a B2W.
O grupo de comércio eletrônico norte-americano planeja abrir sua loja online no Brasil no quarto trimestre de 2012. A valorização das ações da varejista foi considerada especulativa por parte de alguns analistas.
No vermelho e de mal com o mercado
A B2W divulgou um prejuízo líquido maior que o esperado no segundo trimestre, de 38,9 milhões de reais, elevando as perdas em 86,1% na comparação com o mesmo período um ano antes.
A companhia tem enfrentou dificuldades para reverter questões operacionais decorrentes da integração de suas plataformas que acarretaram problemas como atrasos na entrega de produtos.
A receita líquida da companhia cresceu 1,5% no segundo trimestre sobre um ano antes, para 996,9 milhões de reais.
Os resultados aquém do esperado nos últimos trimestres, A queima de caixa e uma recuperação das margens menor que a esperada são alguns dos motivos que fizeram os analistas Luiz Cesta e Paulo Prado, da Votorantim Corretora, não se convencerem da tese de investimentos da B2W.
Em recente relatório, o preço-alvo dos papéis foi derrubado em 45%, de 16,60 para dezembro de 2012 para 9 reais para dezembro de 2013, um potencial de desvalorização de 3,8%. A recomendação de desempenho em linha com a média de mercado (marketperform) foi mantida. “Temos uma visão de curto prazo negativa, considerando os fracos resultados anteriores e a falta de visibilidade daqui em diante”, afirmaram os analistas.