Bologna quer participar da privatização da TAP, mas estratégia pode ser equivocada no curto prazo, avalia o Santander (GERMANO LUDERS)
Da Redação
Publicado em 26 de abril de 2011 às 12h45.
São Paulo – Os entendimentos finais sobre o processo de fusão entre a chilena LAN e a TAM devem guiar o desempenho das ações da brasileira no curto prazo, avalia a equipe de análise do Santander, em relatório.
O banco projeta fracos resultados para a TAM (TAMM4) no primeiro trimestre do ano, principalmente devido ao aumento significante dos preços dos combustíveis, porém avalia que as ações serão guiadas “pelo que esperamos ser um fluxo favorável de notícias relacionadas à fusão com a LAN”.
O tribunal antitruste chileno agendou para o próximo dia 26 de maio uma audiência pública para debater, principalmente, os efeitos do negócio sobre a linha Santiago-São Paulo, entre outras rotas internacionais.
“Apesar de acreditarmos que a audiência pode levar a LATAM a ajustar algumas rotas internacionais, não esperamos que esses ajustes em potencial minem o processo de fusão ou tenham qualquer impacto negativo sobre as operações da nova empresa”, explicam os analistas Caio Dias, Carmen Concha e Alexandre Amson.
Entrada na TAP
Em entrevista concedida ao jornal O Globo em 23 de abril, o presidente da TAM, Marcos Bologna afirmou que tem interesse na privatização da companhia aérea portuguesa TAP. A empresa opera 10 destinos no Brasil com 74 ligações por semana entre o país e Portugal.
Os analistas do Santander acreditam que a entrada na TAP garantiria importantes ganhos de sinergia para a LATAM no longo prazo, mas tem ressalvas sobre a estratégia.
“Entretanto, em nossa visão, a complexidade da fusão entre a TAM e a LAN irão demandar o foco da administração e outra importante transação poderia gerar significantes ineficiências der curto prazo”, ressaltam.
O Santander recomenda a compra das ADRs (American Depositary Receipts) da TAM, com um preço-alvo de 31,50 dólares. A estimativa sugere um potencial de valorização de aproximadamente 52%.