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Fundos preferem Brent apesar de alta do petróleo dos EUA

Gestores de fundos de pensão, que olham para o dinheiro a longo prazo, dizem que vão manter suas posições com o Brent apesar apesar de uma alta nos futuros dos EUA


	Campo de exploração de petróleo da Chevron na Califórnia: ao longo da última semana, o prêmio do Brent sobre o petróleo norte-americano caiu bastante
 (David McNew/Getty Images)

Campo de exploração de petróleo da Chevron na Califórnia: ao longo da última semana, o prêmio do Brent sobre o petróleo norte-americano caiu bastante (David McNew/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2013 às 16h36.

Londres - Fundos de pensão e de hedge, que investem em commodities, poucas vezes tiveram tanto consenso sobre a sua preferência por um contrato de petróleo.

Apesar de uma alta nos futuros do petróleo dos EUA em julho, que pegou muitos fundos de surpresa, investidores dizem que a força está do lado do Brent, referência no mercado europeu, apesar de uma tendência de que a relação entre os dois contratos permanecerá volátil.

Ao longo da última semana, o prêmio do Brent sobre o petróleo norte-americano, habitualmente conhecido como West Texas Intermediate (WTI) , caiu bastante.

Nesta sexta-feira, a diferença se inverteu, e o WTI chegou a ser negociado com prêmio de 0,06 dólar ante o Brent, pela primeira vez desde outubro de 2010.

Muitos investidores foram pegos de surpresa pelo movimento, que acompanhou uma redução dos estoques em Cushing, Oklahoma, ponto de entrega física do WTI, referência para os futuros do petróleo norte-americano, parcialmente devido a enchentes que atrapalharam a chegada do produto.

Entretanto, esse movimento deve ser momentâneo. Os investidores têm preferido o Brent em detrimento do WTI porque o boom do petróleo nos Estados Unidos e a localização de Cushing, isolada das refinarias costeiras, devem pressionar a performance de preço do WTI. Por outro lado, o Brent se beneficia de prêmios de risco geopolítico e aperto na oferta regional.

"Todo mundo esperava que os fundamentos do WTI melhorassem, mas talvez não tão rápido", disse Fabien Weber, co-gestor do fundo de commodities Julius Baer, que administra 255 milhões de dólares. "Os investidores de fundos de pensão europeus têm dado mais peso ao Brent do que ao WTI." Esses investidores têm tido menos sucesso do que se tivessem uma exposição maior ao WTI.


No entanto, gestores de fundos de pensão, que olham para o dinheiro a longo prazo, dizem que vão manter suas posições com o Brent uma vez que esperam que os índices de commodities serão rebalanceados em favor do Brent e em detrimento do WTI até o fim de 2013.

"A tendência futura será em grande parte determinada pelo que os índices de referência fizerem --é para lá que o mercado irá", disse Colin O'Shea, chefe de commodities na Hermes, que administra 2 bilhões de dólares investidos em commodities.

Gestores de fundos e fundos de pensão usam índices para balizar suas performances e o peso de sua alocação de recursos.

Desde 2010, a preferência dos investidores tem estado com o Brent, já que ele ganhou peso nos principais índices de commodities como o S&P GSCI e o DJ-UBS, em detrimento do WTI.

O'Shea disse esperar que o Brent ganhe uma fatia ainda maior nos índices nos próximos anos. "A taxa de crescimento pode não ser como a anterior, mas a tendência ainda está à favor do Brent." Os índices S&P GSCI e DJ-UBS avaliam o Brent e o WTI baseados na média da liquidez e da produção mundial nos últimos cinco anos. "Devido a ser uma análise dos últimos cinco anos e à liquidez crescente do Brent, quando eles fazem seus cálculos para o próximo ano, eles vão desconsiderar o ano que for mais baixo que o atual", disse O'Shea.

O executivo-chefe de investimentos da Iken Capital, George Hutson, sediado em Londres, que administra 20 milhões de dólares em investimentos em commodities, concorda. "É improvável que o Brent perca seus papel como referência global porque o WTI está preso em termos geográficos, tornando-os vulnerável aos fluxos que entram e saem de Cushing", disse.

Desde 2011, os índices S&P GSCI e DJ-UBS, juntos, aumentaram o peso do Brent em mais de 12 por cento e reduziram o do WTI em 13,5 por cento.

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