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Fundos de renda fixa têm captação líquida positiva após 8 meses

Fundos de ações lideram entrada de novos recursos, mas acumulam perda de patrimônio no ano

Renda fixa: fundos da categoria têm captação líquida de R$ 33,9 bilhões, em junho (G0d4ather/Getty Images)

Renda fixa: fundos da categoria têm captação líquida de R$ 33,9 bilhões, em junho (G0d4ather/Getty Images)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 8 de julho de 2020 às 18h23.

Última atualização em 8 de julho de 2020 às 19h07.

Depois de passarem oito meses com captação líquida negativa, em junho, os fundos de renda fixa voltaram a ter mais entrada de recursos do que retirada. De acordo com dados da Anbima, eles tiveram captação líquida de 33,9 bilhões de reais no mês. No primeiro semestre, porém, a retirada de recursos superou a entrada em 95,2 bilhões de reais.

Dentro da categoria, foram os fundos de crédito privado de empresas com grau de investimento que mais sofreram saída de recursos, totalizando captação liquida negativa de 170,8 bilhões de reais nos seis primeiros meses do ano.

Odilon Costa, especialista de renda fixa e crédito privado da EXAME Research, explica que além da queda da Selic, que passou de 4,5% ao ano para 2,25% ao ano no período, a forte crise de liquidez que assolou os fundos de crédito privado no início do ano ajudou a impulsionar a saída de capital.

“Muita pessoa física investe em fundo de crédito privado como se fosse caixa, esperando uma rentabilidade constante de um percentual do CDI. Quando viram que alguns deles estavam com retorno negativo, acabaram retirando. Mas não foi problema de crédito, foi de liquidez”, afirmou.

Segundo ele, no ápice da crise do mercado financeiro, muitos fundos foram obrigados a vender ativos para fazer caixa e possibilitar os resgates, afetando o desempenho. “Com isso, surgiram algumas oportunidades no crédito privado, algumas taxas ficaram mais atrativas. Mesmo com a queda da Selic não dá para sair infinitamente da renda fixa”, comentou Odilon.

Se por um lado a queda da Selic aumentou a busca por resgates em ativos de renda fixa, por outro favoreceu os fundos de ações, que lideraram as captações líquidas do primeiro trimestre, com saldo positivo de 49,5 bilhões de reais. Ainda assim, a categoria que sofreu uma das mais intensas e profundas perdas no período acumula perda de 32,2 bilhões de reais de patrimônio líquido no ano.

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