Mercados

Fundo que ganhou 10.000% com Spotify mira novos vencedores

Das 1.000 empresas analisadas a cada ano, o Creandum acaba se reunindo com cerca de 300 e investe em cinco a 10

Creandum: todo setor pode ser revolucionado com novos modelos de negócios (Christian Hartmann/Reuters/Reuters)

Creandum: todo setor pode ser revolucionado com novos modelos de negócios (Christian Hartmann/Reuters/Reuters)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 1 de setembro de 2018 às 08h17.

Última atualização em 1 de setembro de 2018 às 10h25.

(Bloomberg) -- O fundo de investimento que obteve retorno de 10.000 por cento sendo um dos primeiros a investir na gigante do streaming de música Spotify Technology agora tem expectativas semelhantes para um trio de startups suecas.

A Neo Technology, a Kry e a Epidemic Sound têm “potencial de Spotify”, disse Johan Brenner, sócio-geral da Creandum, em entrevista. “Nós só entramos em empresas com chances de se tornar líderes globais.”

O Creandum, um fundo de capital de risco que administra cerca de 500 milhões de euros (US$ 590 milhões) a partir de escritórios em Estocolmo, Berlim e São Francisco, investe em um estágio inicial nas chamadas rodadas de investimento em capital semente e série A. Cerca de 85 por cento de seu capital costuma ser destinado para rodadas série A.

Brenner prevê um rápido crescimento da provedora de serviços de saúde digital Kry, da Neo Technology, a empresa por trás do Neo4j, uma das ferramentas usadas para analisar os Panama Papers, e da biblioteca de música Epidemic Sound. As empresas poderão estar prontas para uma oferta pública inicial ou para algo similar dentro de três a quatro anos, segundo Brenner.

“Continuamos investindo em quem é bem-sucedido”, disse. “No ramo do capital de risco, nem tudo, e nem mesmo metade, resulta em algo positivo. De cada 10 empresas, cinco dão errado, três têm desempenho aceitável e duas se dão muito bem.”

Seleção

Das 1.000 empresas analisadas a cada ano, o Creandum acaba se reunindo com cerca de 300 e investe em cinco a 10 após um rigoroso processo de seleção. Cada fundo tem uma perspectiva de 12 anos, com cinco anos de investimento e cinco a sete anos para colher retornos. O Creandum investiu no Klarna, na Kahoot!, na itslearning e na Planday, entre outros.

O setor não é importante, segundo Brenner. “Todo setor pode ser revolucionado com novos modelos de negócios”, disse. “O mais importante para nós ao fazer a seleção é a qualidade da equipe fundadora, que a ideia do negócio seja única e, acima de tudo, que entre em um grande mercado.”

Até o momento a estratégia tem compensado. O fundo Creandum II, criado em 2007, deu retorno de cerca de 1.000 por cento. Em maio, o fundo vendeu sua participação na iZettle para a PayPal Holdings. Ele também foi um dos primeiros investidores institucionais do Spotify, em 2008, mas agora começou a abandonar os investimentos após a abertura de capital da empresa, em Nova York, em abril.

“Não importa o que pensamos da empresa, não faz parte do nosso perfil manter empresas de capital aberto”, disse.

Acompanhe tudo sobre:Fundos de investimentoSpotifyStartups

Mais de Mercados

BTG vê "ventos favoráveis" e volta recomendar compra da Klabin; ações sobem

Ibovespa fecha em queda e dólar bate R$ 5,81 após cancelamento de reunião sobre pacote fiscal

Donald Trump Jr. aposta na economia conservadora com novo fundo de investimento

Unilever desiste de vender divisão de sorvetes para fundos e aposta em spin-off