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Fundo previdenciário gerido por robôs traders é aposta da Zurich

Criado em parceria com a gestora Kadima, fundo quantitativo tem retorno de 8,07% neste ano, superior a 500% do CDI em 2021, e é indicado para permanência acima de dez anos

Robô trader se torna mais comum na indústria de fundos de investimentos | Foto: Blue Planet Studio/Getty Images (Blue Planet Studio/Getty Images)

Robô trader se torna mais comum na indústria de fundos de investimentos | Foto: Blue Planet Studio/Getty Images (Blue Planet Studio/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 28 de julho de 2021 às 06h00.

Última atualização em 28 de julho de 2021 às 06h44.

Você deixaria robôs gerirem o dinheiro para sua aposentadoria? Foi pensando nisso que a seguradora Zurich firmou a parceria com a gestora Kadima para o lançamento de seu primeiro fundo previdenciário quantitativo. Neste ano, a estratégia já rendeu 8,07%, o equivalente a 519% do CDI.

Rodrigo Maranhão, gestor da Kadima, explica que o fundo opera com base em padrões matemáticos e estatísticos, sem a interferência direta de humanos na tomada de decisão. “São como se fossem vários robôs traders. São operações sistematizadas. Eles já têm a receita de bolo para saber o que fazer em qualquer situação”, afirma. 

Entre os ativos que opera estão “praticamente todos com liquidez e negociados na B3”, como ações, índices futuros e câmbio. A estratégia empregada no fundo em parceria com a Zurich é a mesma utilizada em outro fundo da casa, criado ainda em 2013. De lá para cá, o fundo acumulou retorno de 136,5%, superando o CDI em todos os anos. 

“Os modelos estatísticos convergem no longo prazo e, por essa razão, a previdência é o instrumento correto para esse tipo de abordagem. Há muitas sinergias”, diz Maranhão. 

Daniel Ferrara, superintendente de investimentos da Zurich no Brasil, explica que o objetivo por trás da parceria foi oferecer maior diversificação para o cliente. “O fundo não precisa ser 100% do portfólio [do cliente], mas uma complementação da estratégia, já que tende a ter uma descorrelação com o mercado por não ter viés comportamental”, comenta.

Segundo Maranhão, o fundo foi desenhado para conseguir resultados consistentes em qualquer cenário, mas é no pânico que ele mostra sua estrela. 

“No Joesley Day, o fundo [com a mesma estratégia] ganhou mais de 4%, porque estava com posição comprada em dólar e vendida em bolsa”, recorda Maranhão. Naquele 18 de maio de 2017, dia seguinte à delação de Joesley Batista se tornar pública, o Ibovespa chegou a cair mais de 10%, com o circuit breaker acionado pela primeira vez em nove anos. 

Em março do ano passado, quando o início da pandemia levou o Ibovespa a ter seu pior desempenho mensal desde 1998, despencando 29,9%, o fundo teve queda de 8,4%. 

Como abre mão de riscos menores em troca da busca por maior rentabilidade, Ferrada conta que o fundo é voltado especialmente para pessoas mais jovens, com maior tempo de acumulação. 

“Se a pessoa já estiver próxima da aposentadoria, ela deveria entrar apenas com um percentual pequeno, já que corre o risco de perder o que acumulou. Tem que ser mais conservador.” Para Ferrara, o período ideal para permanecer no fundo é acima de 10 anos. O fundo está disponível para qualquer tipo de investidor e seu aporte mínimo é de 1 centavo.

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